Santa Casa atendeu 69 vítimas do álcool 70%, que terá venda proibida neste mês
Elas sofreram queimaduras e foram atendidas no ano passado no hospital da Capital, referência no tratamento
A Santa Casa de Campo Grande atendeu 69 vítimas de acidentes envolvendo o álcool 70% líquido no ano passado. Já entre janeiro e março deste ano, foram 20 os pacientes recebidos com queimaduras provocadas por combustíveis ainda não especificados pelo hospital, que é referência no Estado para esse tipo de tratamento.
O produto deverá sumir das prateleiras nos próximos dias, a partir de 30 de abril, por decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A justificativa são os riscos de acidentes graves que o seu uso envolve.
A venda já era proibida no país desde 2002, mas foi flexibilizada durante a pandemia de covid-19 pelas propriedades de antissepsia do álcool 70%.
O prazo da liberação venceu em 31 de dezembro de 2023. Os quatro meses a mais até a proibição voltar a ser total foram concedidos para que os comércios esgotem os estoques das prateleiras.
Explosivo - Segue autorizada a venda do álcool 70% na apresentação em gel e em lenços umedecidos, por exemplo, por não oferecerem o mesmo risco. A preocupação com a forma líquida é o potencial explosivo maior que ele tem.
Médica residente em cirurgia plástica na Santa Casa, Bruna Rubbo explica que a queimadura pode não se limitar apenas a afetar a pele.
“A queimadura é um trauma que afeta não só o local da lesão, mas todo o organismo. São queimaduras mais graves, que deixam sequelas para o resto da vida. Então, vemos os pacientes fazendo acompanhamento devido a um momento que ocasionou um acidente”, afirma.
Quase 100 - No total, a Santa Casa informou que atendeu 98 pacientes com queimaduras de diversas causas entre janeiro e março deste ano.
Além da queima do álcool 70%, outros acidentes possíveis podem envolver a explosão de botijão de gás, por exemplo. Esta semana, um caso assim foi registrado em Aquidauana.
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