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Capital

Sem dinheiro, Bernal reabre parque e pista de atletismo continua fechada

Filipe Prado e Thiago de Souza | 14/11/2015 17:12
O prefeito afirmou que a prefeitura não possui dinheiro para reforma da pista (Foto: Thiago Souza)
O prefeito afirmou que a prefeitura não possui dinheiro para reforma da pista (Foto: Thiago Souza)

Sem dinheiro para reformar a pista de atletismo do Parque Ayrton Senna, no Bairro Aero Rancho, o prefeito Alcides Bernal (PP) deve ir até o Ministério dos Esportes para renegociar o acordo. Durante solenidade, Bernal reabriu, na tarde de hoje (14), o parque que estava fechado há cinco meses.

O prefeito não falou com a imprensa, mas durante discurso, diante da comunidade e de quase todo secretariado, apontou que a pista de atletismo é parceria entre o Governo Federal e o município, mas não possui dinheiro para pagar a parte combinada. A pista custará R$ 6,8 milhões, sendo que Campo Grande precisa desembolsar R$ 2,5 milhões. “Não temos condições”, destacou.

Sobre o parque, Bernal disse que “é um prazer poder reabrir o parque, pois este parque pertence às famílias e as famílias precisam ocupar os espaços públicos, para fazer cultura, esporte e cidadania”.

Cicera Ubaldo Ramos, 38 anos, contou que está feliz com a reabertura do parque. “É a única opção de lazer e esporte que temos na região”. Os filhos dela, 7 e 12 anos, frequentam o local para praticar esportes e participar das ações sociais.

Mas a líder comunitária Sônia Maria da Costa, 57, foi até a solenidade para cobrar outras adaptações ao parque. “A academia ao ar livre daqui não é adaptada para deficientes físicos”, comentou. Também apontou que as piscinas não foram abertas e pediu a reativação.

Para receber o prefeito, os moradores da região colocaram cartazes pelo ginásio do parque, local onde ficarão espalhados os desportistas e projetos sociais do bairro. No total serão 16 espaços reservados para o esporte, que mostraram o trabalho para autoridades e comunidade.

Preparativos - O assessor do diretor-presidente interino da Funesp, Ricardo Dal Farra, Paulo Teles, explicou que os laudos da Vigilância Sanitária e do Corpo de Bombeiros foram emitidos ontem (13), assegurando que o parque está dentro da legalidade. O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) retirou mais de mil pombos do local.

As piscinas ainda não serão abertas ao público, pois, segundo Teles, não há professores ou brigadistas contratados, além de estarem com vazamento, porém todas as medidas foram tomadas, junto a um engenheiro, para que elas sejam reinauguradas em breve. O ginásio também está funcionando, porém quatro telhas, que caíram após uma tempestade, foram encomendadas de Piracicaba (SP) e devem chegar na quinta-feira (19).

Interdição - Com pedido de liminar, o MPE (Ministério Público do Estado) solicitou que a prefeitura de Campo Grande inclua na lei de diretrizes orçamentárias, que terá validade no próximo ano, providências para melhorias e adequações na infraestrutura das instalações.

Conforme o Ministério Público, o Corpo de Bombeiros procedeu a interdição em 3 de junho. Mas diligência da 34ª Promotoria de Justiça no dia 10 de junho verificou que o parque estava em funcionamento. O fechamento efetivo foi em 11 de junho.

Ainda segundo o MPE, a Funesp (Fundação Municipal de Esporte) desprezou recomendações sobre o risco à saúde pela infestação de pombos e autorizou, em 14 de abril, evento de igreja evangélica.

Vistorias realizadas em 2014 e 2015 retrataram um mesmo cenário, fezes de pombos nas estruturas metálicas, escorridas nas paredes, acumuladas em pias de granito. Contudo, propostas de soluções, como vedação dos vãos, instalação de telas e limpeza do forro não foram adotadas.

Após ficar fechado por cinco meses, parque foi reaberto hoje (Foto: Marcos Ermínio)
Após ficar fechado por cinco meses, parque foi reaberto hoje (Foto: Marcos Ermínio)
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