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Capital

Sem garantia de pagamento, servidores voltam e ameaçam com nova paralisação

Retorno às atividades foi após reunião de meia hora com secretário de Administração

Aline dos Santos e Paula Maciulevicius | 23/01/2013 09:27
Central do Cidadão não funcionou no começo da manhã. (Foto: Luciano Muta)
Central do Cidadão não funcionou no começo da manhã. (Foto: Luciano Muta)

Os servidores da Central de Atendimento ao Cidadão “William Maksoud Filho”, em Campo Grande, retornaram ao trabalho. No início da manhã, eles cruzaram os braços em protesto contra o corte da bonificação que, na prática, reduz os salários de 50 funcionários dos guichês de atendimento ao público.

O retorno às atividades foi após reunião de meia hora com o secretário municipal de Administração, Ricardo Ballock. No entanto, não houve acordo nem garantia do pagamento. Ao deixar a reunião, o secretário disse que não poderia dar entrevista sem autorização do prefeito Alcides Bernal (PP). Já os servidores, que pediram para não ser identificados, saíram reclamando.

“Não deram garantia nenhuma. Ele [secretário] falou que está lutando pela gente, mas não deu prazo, prometendo resolver para fevereiro”, relata um servidor. Ainda segundo os trabalhadores, o secretário teria se comprometido a fazer levantamento de todas as categorias que recebem bonificação.

A volta ao trabalho também é para atender o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), cuja primeira parcela e pagamento à vista vencem no dia 15. Depois dessa data, os funcionários prometem nova paralisação.

“Como vou sentar para trabalhar sabendo que vão sobrar R$ 30 do meu salário. Os compromissos todos vencidos”, afirma uma funcionária. Os atendentes prometem trabalhar com lentidão, num ritmo compatível à remuneração menor. Com salário bruto de R$ 700, eles recebiam bonificação mensal de R$ 306.

No entanto, descobriram que a folha de pagamento, fechada ontem, não trazia o valor adicional ao salário.

O cidadão - O protesto no começo da manhã atrapalhou os planos de quem levantou cedo para buscar resolução de problemas com o poder público.

Após sucessivos anúncios de que as senhas seriam distribuídas em 15 minutos, o público foi alertado de que não havia previsão de retorno e deixou o local, na esquina das ruas Cândido Mariano com Arthur Jorge. O anúncio dispersou as 50 pessoas da fila.

Caso da cabeleireira Otília Aparecida Ferreira, de 47 anos. Ela foi fazer pedido de alvará sanitário. “Agora, vou ter que esperar. E se o fiscal for lá”, diz. Otília estava na fila desde às 7h, mas desistiu ao saber que não havia previsão de retorno do atendimento.

“Por que não chegaram e falaram logo cedo que iam não resolver. Chega aqui e não tem nada, tudo fechado”, reclama o pintor Jairo de Oliveira Alves, de 50 anos, que foi solicitar Nota Fiscal Eletrônica.

Durante a paralisação, que foi das 8h às 8h30, pessoas com problemas quanto ao IPTU foram orientadas a procurar o Paço Municipal, na avenida Afonso Pena. O mestre de obras Nestor Castilho, de 51 anos, mora em Ponta Porã e tinha apenas o período da manhã para pagar o IPTU.

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