Sem garantia de pagamento, servidores voltam e ameaçam com nova paralisação
Retorno às atividades foi após reunião de meia hora com secretário de Administração
Os servidores da Central de Atendimento ao Cidadão “William Maksoud Filho”, em Campo Grande, retornaram ao trabalho. No início da manhã, eles cruzaram os braços em protesto contra o corte da bonificação que, na prática, reduz os salários de 50 funcionários dos guichês de atendimento ao público.
O retorno às atividades foi após reunião de meia hora com o secretário municipal de Administração, Ricardo Ballock. No entanto, não houve acordo nem garantia do pagamento. Ao deixar a reunião, o secretário disse que não poderia dar entrevista sem autorização do prefeito Alcides Bernal (PP). Já os servidores, que pediram para não ser identificados, saíram reclamando.
“Não deram garantia nenhuma. Ele [secretário] falou que está lutando pela gente, mas não deu prazo, prometendo resolver para fevereiro”, relata um servidor. Ainda segundo os trabalhadores, o secretário teria se comprometido a fazer levantamento de todas as categorias que recebem bonificação.
A volta ao trabalho também é para atender o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), cuja primeira parcela e pagamento à vista vencem no dia 15. Depois dessa data, os funcionários prometem nova paralisação.
“Como vou sentar para trabalhar sabendo que vão sobrar R$ 30 do meu salário. Os compromissos todos vencidos”, afirma uma funcionária. Os atendentes prometem trabalhar com lentidão, num ritmo compatível à remuneração menor. Com salário bruto de R$ 700, eles recebiam bonificação mensal de R$ 306.
No entanto, descobriram que a folha de pagamento, fechada ontem, não trazia o valor adicional ao salário.
O cidadão - O protesto no começo da manhã atrapalhou os planos de quem levantou cedo para buscar resolução de problemas com o poder público.
Após sucessivos anúncios de que as senhas seriam distribuídas em 15 minutos, o público foi alertado de que não havia previsão de retorno e deixou o local, na esquina das ruas Cândido Mariano com Arthur Jorge. O anúncio dispersou as 50 pessoas da fila.
Caso da cabeleireira Otília Aparecida Ferreira, de 47 anos. Ela foi fazer pedido de alvará sanitário. “Agora, vou ter que esperar. E se o fiscal for lá”, diz. Otília estava na fila desde às 7h, mas desistiu ao saber que não havia previsão de retorno do atendimento.
“Por que não chegaram e falaram logo cedo que iam não resolver. Chega aqui e não tem nada, tudo fechado”, reclama o pintor Jairo de Oliveira Alves, de 50 anos, que foi solicitar Nota Fiscal Eletrônica.
Durante a paralisação, que foi das 8h às 8h30, pessoas com problemas quanto ao IPTU foram orientadas a procurar o Paço Municipal, na avenida Afonso Pena. O mestre de obras Nestor Castilho, de 51 anos, mora em Ponta Porã e tinha apenas o período da manhã para pagar o IPTU.