Sem material de exame, família espera há 70 dias para enterrar parente
Há pelo menos 70 dias, a família de Joaquim de Souza Santos, 64 anos, aguarda para enterrar o corpo dele, que foi encontrado em estado avançado de decomposição, no dia 27 de fevereiro, em um terreno baldio, na Rua Dom Duarte da Costa, na Vila Morumbi, em Campo Grande.
Segundo a auxiliar de costura Márcia Santos Teodoro, 27 anos, sobrinha da vítima, o corpo ainda não foi liberado porque falta material no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para fazer exame de DNA.
A identificação precisa ser feita pelo exame, pois não foi possível fazer reconhecimento, nem pelas digitais. “Os documentos e as roupas encontradas no local são do meu tio. Mas o corpo só pode ser liberado após a confirmação da identidade dele", lamenta.
Segundo a parente, além disso, a máquina de raio-X para identificar a causa da morte também está quebrada. “A gente liga toda semana para saber, mas o Imol não tem previsão, pois o Governo não liberou a verba para o conserto e a compra do reagente", reclama.
A família também não sabe se Joaquim morreu de causa natural ou foi assassinado. “Por conta dos exames, a delegada que cuida do caso não tem como seguir com as investigações. Está tudo parado”, afirma.
A Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul) informou, por meio de nota, que o produto usado nos testes de DNA foi adquirido e será entregue em uma semana. “A demora na realização do exame se deu devido ao 'caso Nando', que aumentou significativamente o consumo do produto utilizado no exame de DNA”, diz o texto.
Encontrado nu - Joaquim havia saído para receber pagamento de cerca de R$ 2 mil e não voltou mais para a casa. Depois de sete dias, o corpo dele foi encontrado nu.
Ainda não se saber se o idoso conseguiu sacar a quantia. Nenhum dinheiro foi encontrado com ele.
Enquanto esteve desaparecido, a família ligou insistentemente para o idoso, que chegou a atender ao celular. Mas, ele apenas pedia água e não sabia dizer onde estava.
Caso Nando - Luiz Alves Martins Filho, 50 anos, o Nando, é acusado de ter matado pelo menos 16 pessoas em Campo Grande, entre os anos de 2012 e 2016. As ossadas de suas vítimas foram encontradas em um cemitério clandestino, no Jardim Veraneio, no fim do ano passado. Os cadáveres foram encaminhados ao Imol para identificação.