Sem sinalização e após vários acidentes, morador pinta "Pare" em cruzamento
Depois de várias colisões e pedidos de sinalização na esquina da rua Alagoas com a Eduardo Santos Pereira, na Vila Célia, em Campo Grande, um morador arregaçou as mangas e decidiu pintar por contra própria o cruzamento de "Pare". Segundo os vizinhos, a decisão foi tomada depois que a neta do homem sofreu um acidente na via.
Apesar de estar bem apagado, ainda dá para ver a sinalização antiga no cruzamento, indicando que a preferencial é de quem está na rua Alagoas.
O aposentado Florivaldo Furtado, de 63 anos, relata que pelo menos duas vezes por mês ocorre acidente no local. “Os motoristas que trafegam na Eduardo Santos Pereira pensam que estão na preferencial e sequer reduzem a velocidade para atravessar”, diz.
Compartilha da mesma opinião, a aposentada Maria de Lurdes Bispo, de 73 anos, que mora há 5 anos no bairro. “As autoridades de trânsito já deveriam ter feito alguma coisa para evitar esses acidentes, que na maioria ocorrem por causa da falta de sinalização”, reclama.
O servidor público Wanderson Azevedo, de 37 anos, conta que mora na rua Amazonas, mas passa todos dos dias pelo cruzamento. Ele disse que já mandou vários e-mails para a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) solicitando a pintura no local.
“Além do órgão, mandei cópias do e-mail para a Prefeitura, Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente Desenvolvimento Urbano) e Seintra (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), mas até agora não fizeram nada”, lamenta.
O chefe de serviços de fiscalização de trânsito da Agetran, Carlos Guarine, disse que não é permitido fazer sinalização em qualquer via por conta própria. O morador que for flagrado pode ser autuado pelo órgão de trânsito. “A sinalização tem que seguir normas e padrões do CTB (Código de Trânsito Brasileiro)”, diz.
Ainda conforme o chefe de fiscalização, o morador tem que entrar em contato com número 118 do órgão para solicitar o pedido. “Os pedidos são cumpridos conforme o cronograma montado pela Agetran.
Rodrigo Kauasiro, 31 anos, diz que não sabe quem pintou a via, mas considera louvável a atitude do vizinho, que cansado de presenciar acidente no local resolveu pintar a via por conta própria. “E deu certo”, finaliza dizendo que a pintura no asfalto está ajudando a evitar colisões.