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Capital

Sem vagas na UTI, Santa Casa usa "ambú" para salvar pacientes

Aline dos Santos | 27/05/2015 14:25
Kanamura, Teslenco e Priscilla participaram de entrevista coletiva hoje na Santa Casa. (Foto: Marcos Ermínio)
Kanamura, Teslenco e Priscilla participaram de entrevista coletiva hoje na Santa Casa. (Foto: Marcos Ermínio)

Sem previsão de melhora para o setor de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), a Santa Casa prossegue com os 97 leitos lotados e pacientes sendo “ambuzados”. De acordo com a médica Priscilla Alexandrino, a situação pouco se alterou desde a última quinta-feira, dia 21, quando o hospital emitiu comunicado de restrição de atendimento a pacientes graves, ou seja, pessoas que dependam de respiração artificial e leitos de UTI.

Na madrugada, por exemplo, eram três pacientes sendo ventilados com uso do ambú. Na manhã desta quarta-feira, era uma pessoa sem o respirador, mas o número deve aumentar para dois, pois o hospital vai receber paciente no regime de “vaga zero”.

Na teoria, o ambú é ligado ao balão de oxigênio e deve ser usado por poucos minutos para estabilizar os pacientes em estado grave. Neste curto período, o respirador hospitalar é calibrado para fornecer oxigênio. Já na realidade, a respiração manual é feita por horas. De acordo com a médica e o diretor técnico da Santa Casa, Luiz Kanamura, a situação é irregular, gera estresse na equipe de enfermagem e não é a ideal para o paciente.

Contudo, não detalharam como a equipe se reveza no procedimento. “Não podemos estabelecer como padrão o errado. É como normatizar o uso do pneu careca”, compara a médica.

O hospital tem respiradores, mas conta com apenas 97 “bicos” de oxigênio. Ou seja, antes de abrir novas UTIs é preciso reforma no prédio, que tem mais de 40 anos.

De acordo com o diretor-presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), Wilson Teslenco, em janeiro foi apresentado à prefeitura estudo para mais dez leitos de UTI, mas até hoje não houve respostas. Outros dez leitos devem ser aberto no Hospital do Trauma. A obra foi lançada em 2010, deveria ser entregue em 2012, mas segue parada.

Também há projeto para mais dez leitos de UTI na UCO (Unidade Coronariana), mas nem há previsão no orçamento.

No domingo, Celina de Oliveira, 54 anos, morreu após ficar 18 horas na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Universitário esperando por uma vaga na UTI. Ela chegou a conseguir leito no HU (Hospital Universitário), mas não resistiu.

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