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Capital

Sepultamento da primeira mulher cacique de MS será realizado amanhã à tarde

Nyelder Rodrigues | 21/06/2016 19:53
Cacique foi uma das fundadores da aldeia urbana Marçal de Souza (Foto: Gerson Walber/PMCG)
Cacique foi uma das fundadores da aldeia urbana Marçal de Souza (Foto: Gerson Walber/PMCG)

Será velada a partir da meia-noite Enir Bezerra da Silva, a Enir Terena, primeira cacique mulher de Mato Grosso do Sul. Segundo o filho dela, o sepultamento acontece às 16h desta quarta-feira (22).

O velório acontece no Memorial da Cultura Indígena - popularmente chamada de oca - na aldeia urbana Marçal de Souza, localizada ao lado do bairro Tiradentes - região leste de Campo Grande.

Já o sepultamento de Enir Terena, será feito no cemitério Jardim da Paz, que fica na saída para Sidrolândia. A cacique tinha 61 anos e passou mal ontem (20), sendo internada na Santa Casa. Ela teve uma parada cardiorrespiratória e morreu hoje, por volta das 14h30.

De acordo com o filho de Enir, Mauro Sérgio Forasteiro, a cacique estava com a saúde debilitada há um tempo com problemas no pulmão. Ela também usava marca-passo há cinco anos, mas mesmo assim se mantinha a frente da aldeia urbana da Capital, porque foi eleita.

História - Enir foi eleita a primeira cacique mulher do Estado em 2008, com 134 votos. No ano passado, a cacique foi homenageada pelos Correios com um selo de correspondência com sua fotografia. O velório de Enir deve ocorrer no Memorial da Cultura Indígena, no Tiradentes, mas ainda sem horário confirmado.

Com sobrenome da etnia que sempre representou, Enir Terena nasceu no dia 8 e março de 1955, na Aldeia Limão Verde, no município de Aquidauana. Veio para Campo Grande e aqui se transformou em uma das maiores lideranças indígenas do Estado. Quando foi eleita, declarou que sempre "quebrou protocolos" desde que começou a lutar pela aldeia.

Durante muito tempo, trabalhou na "feira das índias", como é conhecido o espaço que comercializa produtos vindos das aldeias, em frente ao Mercadão Municipal.

Mãe de sete, sempre lutou pela educação de qualidade na 1ª aldeia urbana do Brasil, que ajudou a construir no bairro Tiradentes, retirando famílias indígenas que viviam em favelas espalhadas pela cidade.

É dela o mérito de construção da escola no local e também da instalação de um dos pontos turísticos em referência à cultura dos povos que criaram Mato Grosso do Sul, a Oca onde está instalado o Memorial da Cultura Indígena, na mesma região da aldeia urbana.

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