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Capital

Sete meses após morte das 2 filhas, avó ainda briga por guarda de netas

Luana Rodrigues | 20/07/2016 10:32
“Não há um dia que eu não me lembre das minhas filhas, que eu não derrube lágrimas", diz Maria Aparecida. (Foto: Marcos Ermínio)
“Não há um dia que eu não me lembre das minhas filhas, que eu não derrube lágrimas", diz Maria Aparecida. (Foto: Marcos Ermínio)

Quase sete meses após a morte das filhas, Maria Aparecida Amarilha Scardin, 50 anos, ainda não conseguiu a guarda das netas de 4 e 6 anos. Akemi e Michelle Maruyama, de 27 e 29 anos, foram mortas no dia 29 de dezembro do ano passado, no Japão. A avó busca junto à justiça japonesa a guarda das crianças, mas a burocracia e a falta de um tratado entre os países, prejudicam o processo.

“Não há um dia sequer que eu não me lembre das minhas filhas, que eu não derrube lágrimas. O que ainda me mantém de pé é a esperança de ter essas crianças”, diz a avó, que ainda sofre muito com a perda das duas filhas e ausência das netas.

Conforme Maria, a Justiça brasileira concedeu a guarda das meninas. Mas ainda foi preciso enviar uma documentação com o pedido de guarda já foi encaminhada ao Ministério das Relações Exteriores. O Itamaraty pediu a tradução juramentada dos documentos, para que envie uma carta rogatória - instrumento jurídico de cooperação entre dois países – ao Japão, para agilizar o processo.

A avó diz que pretende voltar ao Japão, caso não consiga a guarda da neta em alguns meses. “Vou pegar os documentos e partir para lá. O que não posso é ficar sem essas meninas, são o que me mantem viva”, disse.

O principal suspeito de matar as irmãs continua preso, Tony La Rosa, segundo Maria. Ele era marido de Akemi, um peruano que vivia no Japão e já responde por outros crimes no país. “Dia 31 de agosto ele será julgado por esses outros crimes, e espero que seja condenado”, conta.

Crime - Os corpos de Akemi e Michelle foram encontrados carbonizados depois que bombeiros foram acionados para conter um incêndio no apartamento onde elas moravam.

A polícia acredita que o incêndio foi causado por gasolina, espalhada propositalmente no local após as duas mulheres serem mortas. Um galão de 5 litros de gasolina foi encontrado sobre a pia da cozinha.

Para relatar a barbárie do crime, Maria explica que a filha mais velha, Michelle, não foi identificada porque está com o corpo muito queimado. "E o pior é que acho que minhas netas presenciaram tudo que ocorreu no apartamento. Imagine crianças de 3 e 5 anos vendo a mãe a tia sendo mortas pelo próprio pai, é horrível", diz.

Akemi e Michelle eram de Campo Grande, filhas de um japonês e há cerca de 12 anos decidiram ir morar no país oriental para trabalhar. A primeira a se mudar foi Michelle, em 2003. Dois anos depois, Akemi seguiu os passos da irmã.

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