Silicone faz mãe suspeitar que ossada é de filha desaparecida em 2003
Ossada encontrada dentro de uma fossa no Taveirópolis pode ser o fim de um mistério que há 12 anos assombra a dona de casa Íria Maidan, 59 anos. A filha dela, Marília Débora Caballero, desapareceu em 2003, aos 22 anos, quando deixou a família em Sonora para morar em Campo Grande. Uma série de coincidências leva a crer que o corpo seja da jovem, a começar pelo endereço em que ele foi encontrado, o mesmo onde funcionava a madeireira em que ela morava com o namorado.
Ao Campo Grande News, vizinhos confirmaram que o nome da empresa era Ortiz, sobrenome do companheiro da vítima. O local fechou e deu lugar a uma empresa de engenharia.
Junto aos ossos foram encontradas duas próteses de silicone. Segundo a mãe, a garota havia colocado um implante nos seios no mesmo ano em que sumiu. A cirurgia foi paga pelo namorado. O homem era bem mais velho que Marília. Ele morreu há dois anos vítima de um ataque cardíaco. “Eu liguei para o telefone dele. O filho retornou a ligação e disse que o pai havia falecido”, conta Íria.
O casal se conheceu na época em que a família de Marília morava na Capital. A garota, segundo a mãe, era usuária de drogas e tinha dois filhos pequenos na época. Os pais decidiram ir para o interior e a levaram junto. “Ela não aceitava as regras da minha casa e foi embora”, lamenta a dona de casa.
As crianças ficaram aos cuidados da avó. Íria lembra que falava com a filha pelo telefone. O último contato foi no dia 11 de outubro de 2003. Passado algum tempo, sem notícias, a mãe registrou boletim de ocorrência por desaparecimento e conseguiu na Justiça a guarda dos netos, hoje com 18 e 13 anos.
Deste então, Íria tem seguido todas as pistas possíveis para encontrar Marília. Certa vez, um amigo da garota afirmou que ela havia morrido na cidade de Rondonópolis. A polícia foi acionada, entrou em contato com o IMOL local e nada. Em outra ocasião, recebeu informação de que a filha havia sido presa em Rezende (RJ). Ela acionou parentes que moram naquele estado, que foram nas unidades policiais, mas também não passava de boato.
“Nunca desisti de procurá-la. Nada, até o momento, só conseguimos boatos. Nós sempre esperamos encontrá-la viva, mas se realmente foi morta, eu estou preparada, até pelo tempo de desaparecimento. Eu vou estar consciente de que uma etapa da minha vida se encerrou, que é a procura e busca de uma solução. Os filhos dela também têm que saber da mãe”, relata.
Íria deve ser ouvida pela polícia de Sonora nos próximos dias e vir a Campo Grande para a coleta de DNA.
Mistério – A ossada foi achada pelo funcionário de uma empresa que fazia a limpeza da fossa. Os restos mortais estavam dentro de sacos de ração. Além do implante, uma calcinha também foi encontrada.
Policiais foram até o local. Foram constatadas fraturas no crânio, perto do olho, o que levanta suspeita de homicídio doloso. Os ossos serão encaminhados para análise pericial. A identificação poderá ser feita pelos números de série da prótese, segundo o delegado plantonista que atendeu o caso, Enilton Zalla.