Sistema instável: registro de boletim de ocorrência pode demorar de 3 a 4 horas
Segundo apurado pela reportagem, o problema persiste desde o começo do ano, atrapalhando o serviço policial
Por causa da instabilidade e lentidão no Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional), agentes da segurança pública estão demorando de 3 a 4 horas para relatar inquérito policial. Segundo apurado pela reportagem, o problema persiste desde o começo do ano. Há situações em que o policial tem de levar o depoimento para a pessoa assinar em casa, em razão da demora.
Indagado nesta semana sobre o problema, o empresário Adriano Chiarapa, um dos sócios da Compnet Tecnologia, empresa que criou o Sigo, informou que a instabilidade ocorre por causa de manutenção feita pela SGI (Superintendência de Gestão da Informação) do Governo do Estado, situação confirmada por uma fonte policial.
Segundo ele, não é de agora, mas desde o começo do ano a polícia enfrenta uma demora injustificada com o sistema. “A gente fica de 3 a 4 horas para relatar um inquérito. A delegacia está mandando as pessoas embora para casa. A gente fica exposto, a população acha que a culpa é nossa. O problema não é com o Sigo, é o SGI do Estado que é obsoleto”, lamentou.
Ainda conforme a fonte, a situação ocorre há anos. “Mudaram de sistema e dificultou o trabalho de todo mundo. Tem gente que vai à delegacia prestar depoimento e por causa da demora acaba indo embora. O policial está tendo que levar o depoimento na casa da pessoa para colher a assinatura dela. Porque tem gente que não pode esperar, tem de trabalhar”, destacou.
Outra fonte ouvida pela reportagem disse que o Sigo está ruim há três meses. “O maior problema era a lentidão. Nesta última semana, o sistema simplesmente não vai. Você clica no botão, mas fica carregando e não sai da página. Quem mais sofre é o escrivão pois tem flagrante que é preciso anexar uns cinco documentos. Com isso, tudo atrasa. O Ministério Público liga reclamando que os documentos não estão no sistema, que o prazo venceu, mas o problema é o sistema que não carrega”, disse.
Na segunda-feira (1º), a assessoria de imprensa da Polícia Civil confirmou a instabilidade no sistema e que os responsáveis já estão tentando restabelecer os serviços. "A Superintendência de Tecnologia da Informação/STI em ação conjunta com a Compnet Tecnologia está realizando ações de monitoramento da aplicação e manutenção na infraestrutura de hospedagem do sistema Sigo, buscando a solução dos problemas de performance".
Para explicar sobre a situação, a reportagem entrou em contato com a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) e com o delegado-geral da Polícia Civil, Roberto Gurgel, e aguarda retorno.
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