Situação nos postos é "bomba-relógio", diz sindicato de saúde da Capital
Depois de quatro horas de espera, mulher quebrou janela da UPA no Coronel Antonino e estilhaços atingiram técnicos de enfermeiros
A situação nas unidades de saúde em Campo Grande é vista como “bomba-relógio” pelo Sinte/PMCG (Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem de Campo Grande), avaliação feita após o incidente na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino, ontem à noite.
“Depois que acontecer algo pior que a gente está lutando para que não aconteça, as pessoas vão ser responsabilizadas por conta da sua omissão”, avalia o presidente do sindicato, Angelo Evaldo Macedo.
Ontem à noite, uma mulher quebrou o vidro de sala da UPA após passar quatro horas esperando para o filho de 18 anos, com sintomas de dengue, ser atendido. Os estilhaços atingiram um técnico de enfermagem, que sofreu cortes na cabeça, nariz e mão esquerda.
Segundo ele, há 15 dias, o sistema de regulação foi discutido em reunião com a prefeitura, em que a grande procura na urgência seria indicativo que a atenção básica não atende a demanda.
Atualmente, de acordo com o sindicato, são 1,5 mil profissionais da saúde, entre enfermeiros e técnicos. Deste total, aproximadamente 20% estariam afastados do trabalho, em licença médica de médio em longo prazo ou recorrente, o que compromete o atendimento à população.
A estimativa é que seriam necessários mais 200 profissionais para suprir a demanda no atendimento público municipal.
O sindicato irá discutir com o Coren (Conselho Regional de Enfermagem de MS) e com MPE (Ministério Público Estadual) sobre a situação. “Vamos dar ciência do caos que se encontram a atenção básica e a urgência”, disse.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde para falar sobre a situação e aguarda retorno.