Sobram pichações e ofensas em memorial do Papa João Paulo II, alvo de vândalos
A Praça do Papa, localizada na Vila Sobrinho, sofre com ação de vandalismo e abandono
Imagens sexuais, xingamentos, depredação e sujeira. Este é o cenário que os campo-grandenses e turistas encontram ao visitar a Galeria dos Papas, na Praça do Papa, localizada no Bairro Vila Sobrinho, em Campo Grande.
O lugar construído em homenagem à passagem do maior representante da Igreja Católica na Capital, em 1991, atualmente sofre descaso e abandono, conforme mostram as imagens feitas pela reportagem na manhã desta terça-feira (16).
A estátua do Papa João Paulo II, localizada na frente do memorial, foi alvo de vandalismo e depredação. A maioria das 265 placas do memorial, que tem imagens de papas e santos da Igreja Católica, foram arrancadas, e as poucas que sobraram estão depredadas.
O abandono do local é visível. Os refletores de luz da galeria foram arrancados e alguns ladrilhos também. Há mato alto, garrafas, copos e embalagens de plástico espalhadas por todos os lados. A infraestrutura da praça também não é das melhores. Parte da calçada está quebrada e desnivelada.
Por volta das 7h30 da manhã desta terça-feira (16), a praça já estava movimentada. Por estar na divisa dos bairros Santo Amaro, Vila Sobrinho, Vila Planalto e Lar dos Trabalhador, muitos moradores da região utilizam o espaço para se exercitar.
Devoto da religião católica, o morador Vilmar Miranda, 63, faz caminhada na praça há mais de 10 anos e relata que se sentiu “constrangido” com a pichação.
Deixa a gente muito constrangido. Desde o tempo em que eu era criança, minha mãe já adorava esse Papa, e eu lembro muito dela e da época que eu era criança. Principalmente esse Papa, que é o mais querido de todos”, declara Vilmar.
Conforme relata o morador, o máximo de manutenção que a praça recebe é quando limpam a sujeira e aparam a grama e os galhos das árvores. “Mas isso de vez em quando, a cada seis meses. Fora isso é um abandono geral mesmo. As autoridades não fazem nada, mas deveriam, porque isso é um patrimônio para o campo-grandense”.
Morador da Vila Sobrinho há mais de 20 anos, João Carlos de Melo, 60, conta que viu a praça ser inaugurada e lamenta a situação de abandono do local.
É uma tristeza. Quando eu vim na inauguração do salão, era lindíssimo aqui. Eu sou gaúcho e tenho uns amigos lá do Rio Grande do Sul que vêm aqui para conhecer a Praça do Papa, porque ela é famosa, aí chega aqui e vê esse abandono”, relata João.
Frequentador assíduo da praça, ele cobra mais árvores no espaço e aponta que os bancos, calçadas e a galeria precisam de manutenção. “A gente quer manter um lugar bonito, um lugar agradável, não só pra gente, mas pros filhos, pros netos, pra poder passear e poder admirar, fazer um lugar mais agradável”.
De acordo com a Sectur (Secretaria Municipal de Cultura), a praça deve passar por limpeza, troca de refletores e poda da grama em breve. Quanto aos monumentos, a pasta disse que será feita uma análise dos danos e orçamento para uma futura restauração.
A Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), pontuou que realiza manutenção frequente no sistema de iluminação da região da Praça do Papa, o que inclui a troca e a reposição de lâmpadas no local.
Histórico - A Praça do Papa foi inaugurada em 2007, no local onde o Papa João Paulo II, maior representante da Igreja Católica, realizou uma missa, em 1991.
Conforme lei municipal de 2000, a prefeitura dividiu a área de 520 mil metros quadrados, reservando 60,2 mil para o memorial. O monumento em homenagem ao papa possui 3,6 metros de altura, sobre uma base com 1,5 metro. A galeria com os 265 quadros possui 3 metros de altura. A obra custou aos cofres públicos R$ 1,02 milhão.
Hoje, a praça é palco de inúmeros shows musicais, festa junina e até os desfiles das escola de samba da cidade no Carnaval.
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Confira a galeria de imagens: