Sonho de infância faz mulheres adiarem faculdade para se alistarem ao Exército
As candidatas citam que primos foram inspiração para que as jovens se interessarem pela carreira militar
Faculdade fica em segundo plano para que jovens mulheres possam realizar o “sonho de infância” de servir ao Exército Brasileiro. Nesta sexta-feira (10), o Campo Grande News esteve na junta militar para conversar com o público feminino que estava se alistando.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
O alistamento feminino no Exército Brasileiro tem atraído jovens como Lara Isabelly Magalhães e Isabelly Bezerra de Arruda, que, inspiradas por familiares, decidiram se alistar aos 18 anos, apesar das hesitações iniciais de suas mães. Lara, que sempre sonhou em servir, planeja conciliar a carreira militar com a faculdade, enquanto Isabelly busca amadurecimento pessoal. O alistamento, que pode ser feito online ou presencialmente, está aberto até 30 de junho e já recebeu 197 inscrições em Campo Grande, superando as vagas disponíveis, que são 99 para o Exército na capital.
Acompanhada da mãe, Lara Isabelly Magalhães, de 17 anos, realizou o alistamento no início desta tarde. A jovem conta que o desejo de entrar nas forças armadas surgiu ainda na infância, após ver seus primos se alistando.
“Eu sempre quis me alistar, eu tinha outros planos em mente caso isso não desse certo, mas depois que surgiu essa vontade e a oportunidade de se alistar aos 18, eu vim e me alistei. Eu sempre pensava 'por que só os homens podem se alistar?'”, contou.
Antes da abertura do alistamento feminino ser divulgada, os planos de Lara eram entrar na faculdade e cursar psicologia ou administração. Após o alistamento, a jovem explica que pretende cursar a universidade durante o período que estiver no Exército, se ela for selecionada para fazer parte das Forças Armadas.
“Eu quero seguir carreira, ter estabilidade lá dentro, ficar estável e ficar lá até a minha aposentadoria. Por mim eu ficaria lá para sempre. Eu acho que sou capaz de entrar”, encerra Lara.
Enquanto Lara se alegrava com a oportunidade de entrar no Exército, sua mãe Aline Hellen de Magalhães, de 39 anos, conta que recebeu a notícia com espanto. A encarregada administrativa diz que nunca tinha pensado que a filha escolheria servir as Forças Armadas ao completar 18 anos.
“Quando ela disse ‘mãe quero me alistar’ me assustei, porque a gente sempre vê tanta coisa que fala, que homem tem que carpir, que tem que fazer não sei o que. Eu falei ‘minha filha, têm tantas outras coisas para fazer’, mas ela insistiu que queria se alistar”, detalhou.
Aline relata que chegou a tentar fazer a filha desistir do alistamento, mas acabou cedendo ao ver a persistência de Lara. “É um sonho dela. Mas hoje eu estou feliz, estou muito orgulhosa dela. Porque é difícil ver meninas da idade dela querendo se alistar, querem fazer qualquer coisa, menos ter um compromisso tão sério quanto servir”.
Outra que foi inspirada pelos primos é Isabelly Bezerra de Arruda, de 17 anos. A jovem relata que o que mais chamou a sua atenção foi o trabalho realizado pelos militares. Ansiosa para o fim das seleções, Isabelly afirma que está com um bom pressentimento.
“Eu espero poder melhorar como pessoa, amadurecer lá. Estou com uma boa expectativa. Decidi me alistar primeiro e depois entrar na faculdade. Quando contei para a minha mãe, ela me apoiou”, contou.
Sobre o alistamento - Podem se alistar apenas mulheres que completaram ou vão completar 18 anos até 31 de dezembro de 2025. Até quarta-feira (8), 197 interessadas se alistaram em Campo Grande. É o dobro da quantidade de vagas disponíveis.
O alistamento pode ser feito de forma on-line ou presencial, das 7h30 às 15h30, de segunda a sexta-feira, na Junta Militar, localizada na Rua Antônia Maria Coelho, 300, em Campo Grande.
O prazo final para se alistar é 30 de junho deste ano. É necessário levar um documento oficial com foto, com o CPF, além de comprovante de residência.
Distribuição das vagas - Há 99 vagas para serem preenchidas apenas em unidades do próprio Exército na Capital. Elas estão distribuídas entre base de administração e apoio (60 vagas), Hospital Militar (12), e Colégio Militar (27). Em Mato Grosso do Sul, há vagas na Marinha de Corumbá e Ladário também, mas a quantidade não foi informada durante a coletiva.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.