Suspensão de bariátricas desde 2020 vira transtorno e risco para pacientes
“Todas nós tivemos ganho de peso”, diz Sadyene, 5ª paciente na fila de espera
Quinta na fila de espera por cirurgia bariátrica (redução do estômago), a técnica de enfermagem Sadyene Carmem da Silva Jurais, 42 anos, viu os problemas de saúde e o peso aumentarem desde março de 2020, quando a chegada da pandemia de covid levou à suspensão dos procedimentos no HU (Hospital Universitário) de Campo Grande.
Amanhã, às 9h, um grupo de pacientes fará protesto em frente à unidade hospitalar. Ela explica que, atualmente, apenas o HR Rosa Pedrossian (Hospital Regional) realiza a cirurgia, mas não há como pedir transferência.
“Quem está no HU deve permanecer na lista. Todas nós tivemos ganho de peso. Infelizmente, parou todo o acompanhamento com psiquiatra, psicólogo, nutricionista. Passei de 113 para 120 quilos. Cada dia mais debilitada”.
A paciente precisa fazer o procedimento para perder peso e passar por uma segunda cirurgia. “É uma hérnia abdominal. Não consigo trabalhar mais”, diz Sadyene, ao detalhar o drama de quem está à espera de bariátrica.
De acordo com o HU, as cirurgias foram suspensas desde 2020 por uma série de fatores e não tem previsão de retorno. Primeiro, porque foi preciso retirar equipamentos do centro cirúrgico para atender covid. Desde julho do ano passado, são realizadas cirurgias eletivas represadas.