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Capital

Tapete de Corpus Christi diminui, mas mantém tradição da data na pandemia

Fieis se alegram com a possibilidade de manter a comemoração apesar dos riscos

Lucia Morel e Alana Portela | 03/06/2021 09:07
Ao lado do tapete, fieis colocam os alimentos doados para entrega a famílias carentes. (Foto: Paulo Francis)
Ao lado do tapete, fieis colocam os alimentos doados para entrega a famílias carentes. (Foto: Paulo Francis)

Tapetes de Corpus Christi, tradicionais nas ruas do centro de Campo Grande em anos sem pandemia, estão sendo confeccionados este ano dentro das igrejas. Fieis se alegram com a possibilidade de manter a comemoração apesar dos riscos.

Na Paróquia Sagrado Coração Eucarístico de Jesus, na avenida Yokohama, bairro Coophatrabalho, a animação toma conta da igreja, que celebra esta manhã, em missa com o arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, o Corpo de Cristo.

“Este ano, além dos tapetes, estamos arrecadando alimentos. Esperamos 500 kg pra fazer doação às 22 famílias assistidas pela igreja”, sustentou o coordenador da paróquia, Wellington Massaranduba, 34 anos. O evento ocorre em galpão, fora da igreja, e conta com 160 cadeiras.

Celebraçaõ é em salão ao lado de fora da igreja. (Foto: Paulo Francis)
Celebraçaõ é em salão ao lado de fora da igreja. (Foto: Paulo Francis)

O pároco Alex Messias, 37 anos, comentou que em 2020 a igreja não fez o tapete, mas este ano resolveram inovar, o confeccionando dentro do próprio templo. “É um tapete menos, mas é para manter a tradição e a fé”, afirmou, lembrando que um dos pedidos do dia é de generosidade, para que sejam feitas as doações de alimentos.

Sobre o evento em plena pandemia, o padre afirmou que “a igreja já é reconhecida como um serviço essencial. Precisamos dar o amparo às pessoas que foram profundamente atingidas pela pandemia, seja de forma psicológica ou financeira. A igreja não pode se omitir. Na igreja encontramos o apoio”, sustentou.

Parte do tapete na igreja Sagrado Coração. (Foto: Paulo Francis)
Parte do tapete na igreja Sagrado Coração. (Foto: Paulo Francis)

Para a fiel Edmara Cardoso, 51 anos, que é psicóloga, a manutenção da tradição é pra “dar exemplo e mostrar que o Corpo de Cristo está no meio de nós e os desenhos simbolizam a tradição de Cristo”, acredita.

A professora Thais Canuto, 26, que também ajudou a confeccionar o tapete, disse que ficou ansiosa de ontem para hoje, principalmente porque quando o tapete era confeccionado no centro, havia mais tempo para fazê-lo. “No centro, o tempo era maior. Fazíamos de manhã e a celebração era à tarde. Hoje, nosso tempo é bem menor, mas deu tudo certo”, lembrou.

Triagem é feita do lado de fora. (Foto: Paulo Francis)
Triagem é feita do lado de fora. (Foto: Paulo Francis)

Na missa, o arcebispo de Campo Grande, a manutenção do evento “expressa publicamente a fé em Jesus” e lembra que em anos sem pandemia, o Corpus Christi chegou a reunir 30 mil pessoas na 14 de julho.

Ele enfatizou também que as igrejas têm realizado muitos funerais, com três a quatro missas por dia por causa das mortes. Por conta disso, “as pessoas estão procurando a fé para ter um pouco de conforto”, disse, lembrando de celebrações realizadas do lado de fora do Hospital Regional em Campo Grande, “porque os médicos também sobrecarregados, estressados. Tentamos prestar esse apoio”.

A igreja transmite a missa ao vivo esta manhã, que pode ser acessada aqui. A celebração também está sendo transmitida dentro do templo.

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