Tarefas que demoravam minutos, agora levam horas em "filas do coronavírus"
De serviços públicos a bancários e até nas lojas do comércio espera é longa
Filas. São elas que têm tomado conta da cena onde quer que se vá em Campo Grande nos últimos dias. E o tempo de espera gasto nelas é a principal reclamação de quem precisa de atendimento nas mais variadas áreas, desde que serviços e estabelecimentos comerciais foram reativados depois da suspensão decorrente do enfrentamento ao novo coronavírus.
Desde semana passada, o comércio campo-grandense, assim como os órgãos municipais abriram as portas e nesta semana, serviços do governo do Estado foram reativados para atendimento ao público.
Mas apesar de abertos, há limitação de público para evitar aglomerações, obrigatoriedade de medidas sanitárias de combate à covid-19, como uso constante de álcool em gel, bem como espaçamento adequado entre as pessoas.
A adoção dessas obrigatoriedades tomam tempo e aumentam a espera pelos atendimentos. No centro da cidade, por exemplo, o comerciante Mohamed Abdul, 42 anos, reclama que serviços bancários com os quais ele gastava de 10 a 15 minutos estão levando cerca de uma hora.
“Está o maior descaso na verdade. Os funcionários só aparecem quando a imprensa chega e ainda deu tempo de eu ir a outro banco e meu amigo ainda estava aqui esperando na fila”, relata ao contar que precisava pagar um boleto hoje para garantir desconto.
Para ele, que tem precisado ir aos bancos e lotéricas quase todos os dias, tem sido um problema essa demora. “Acaba atrasando minha vida, fora que estou me expondo ao vírus”, avalia.
Heloisa Silva, de 51 anos é funcionária pública e estava tentando pagar algumas contas de sua avó que não pode sair de casa por ser grupo de risco. “Antes eu gastava de 5 a 10 minutos para usar o caixa eletrônico e agora fico um tempão na fila”, lamenta.
Ela relata que é fila para todo lado: banco, mercado, farmácia e ainda diz que com a demora no atendimento, “o parquímetro vai consumindo meus créditos”.
Também no centro, Evaldo de Almeida, 48 anos, estava na fila de um banco e reclamou que “antes eu conseguia atendimento na hora, eram uma ou duas pessoas para aguardar, mas agora está demorando muito. Hoje mesmo, estou aqui há cerca de 40 minutos para o que gasto em média de 10 a 15 minutos para fazer”.