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Capital

Terceirizados de energia param atividade por falta de salário e vale

Funcionários relatam que somente sairão da sede da empresa após resolver situação

Por Clara Farias e Geniffer Valeriano | 02/02/2024 11:31
Funcionários paralisados em frente de empresa JSRM, na Avenida Gury Marques (Foto: Geniffer Valeriano)
Funcionários paralisados em frente de empresa JSRM, na Avenida Gury Marques (Foto: Geniffer Valeriano)

Eletricistas da empresa JSRM, que realizam instalação e manutenção da rede elétrica em Campo Grande, decidiram paralisar as atividades nesta sexta-feira (2). Os funcionários reclamam que estão há dois meses sem receber salário e vale-alimentação e relatam que o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) não está sendo depositado.

A manifestação, que está ocorrendo na frente da empresa, na Avenida Gury Marques, reuniu pouco mais de 15 pessoas por volta das 9h30. Os funcionários comentaram que se for preciso eles ficarão acampados no local até resolver o impasse.

A eletricista Erica Andrade, de 30 anos, contou que está trabalhando na empresa há cinco meses e ficou sabendo por outros funcionários que o atraso no pagamento ocorre há mais de um ano. "Não tenho gasolina para vir trabalhar, precisamos tirar o dinheiro do próprio bolso pra poder comer quando estamos na rua. Não vamos sair daqui enquanto não for resolvido e não vamos deixar o patrão sair também", comenta.

Ronaldo Salvatierri, de 29 anos, conta que morava Corumbá e relata que no município também tinha uma empresa com o mesmo nome. "Eles fecharam lá e deixaram todo mundo sem receber. Nosso medo é que ocorra o mesmo com a gente", explicou. Ele relata que quando os funcionários avisaram que iriam paralisar, foram depositados R$ 155 no vale-alimentação. Segundo ele, o valor não é nem metade do que a empresa deve.

Outro funcionário que também decidiu se manifestar foi Willian Douglas, de 29 anos, que relata que estava em outra empresa antes de mudar para a JSRM e precisou fazer um curso técnico para trabalhar. "O curso que eles dão não é reconhecido pelo MEC (Ministério da Educação), e o funcionário precisa ficar aqui por 1 ano e 8 meses. Se sair antes, precisa pagar os R$ 3.500 do curso", comentou o eletricista.

A JRSM, foi procurada pelo Campo Grande News por Whatsapp e telefone, mas não respondeu ou atendeu as ligações. O espaço segue aberto.

De acordo com a concessionária de energia elétrica Energisa, o contrato com a empresa JSRM foi rescindido por descumprimento de cláusulas contratuais. A nota ainda explica que a terceirizada é a responsável direta quanto aos direitos reivindicados pelos trabalhadores.

Em resposta à reportagem, a empresa JSRM informou que não foi notificada sobre a rescisão contratual de prestação de serviços à Energisa, seja de forma oficial ou extraoficial. Em   relação à manifestação dos funcionários, a empresa considerou o ato “totalmente ilegal e indevido”, mesmo confirmando o atraso no pagamento do vale-alimentação e adiantamento salarial, bem como o pagamento do FGTS de forma parcelada.  De acordo com o jurídico da empresa, o pagamento de adiantamento salarial e pagamento parcelado do FGST são “prerrogativa da empresa” que está em recuperação judicial.

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(*) Matéria editada às 13h50 para acréscimo da resposta da empresa.

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