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Capital

Terrenos baldios viram depósitos de lixo e entulhos no bairro Tijuca

Viviane Oliveira | 20/10/2013 11:30
Moradores jogam lixo em terrenos, mesmo com placa dizendo que é proibido. (Foto: Marcos Hermínio)
Moradores jogam lixo em terrenos, mesmo com placa dizendo que é proibido. (Foto: Marcos Hermínio)

O que não falta é terreno baldio no bairro Tijuca, em Campo Grande. Além do mato, o pior é o lixo que os próprios moradores da região jogam em diferentes locais. Televisão velha, sofás, armários, restos de materiais de construção e até lixo orgânico são dispensados nesses lugares abandonados pelos proprietários.

Na Rua Saint Romain, duas áreas grandes estão cheias de sujeira. Os moradores que mantêm a limpeza em seus terrenos se incomodam com a falta de educação daqueles que insistem em jogar tudo quanto é tipo de tranqueira em terrenos baldios.

A gerente de projeto, Aurineide Vareiro da Costa Cavalcante, 30 anos, mora no fundo de um dos terrenos e está preocupada, principalmente, porque chegou o período de chuva e em consequência a época da dengue. “Esses dias jogaram uma pilha de pneus no local. O pior é que a gente vê pessoas encostando seus veículos para jogar o lixo na área”, reclama.

Além do perigo da dengue, os terrenos baldios servem de esconderijo para a marginalidade. Moradores relatam que há poucos dias a Polícia encontrou uma moto roubada em um dos terrenos. Como se não bastasse isso, a área é usada, também, por dependentes químicos que se escondem no local para usar droga.

Terreno sujo no final da rua Saint Romain, local onde até uma moto roubada foi encontrada pela Polícia. (Foto: Marcos Ermínio)
Terreno sujo no final da rua Saint Romain, local onde até uma moto roubada foi encontrada pela Polícia. (Foto: Marcos Ermínio)
Francisco percorre os terrenos baldios do bairro na tentativa de achar alguma que rende dinheiro. (Foto: Marcos Ermínio)
Francisco percorre os terrenos baldios do bairro na tentativa de achar alguma que rende dinheiro. (Foto: Marcos Ermínio)

Até quem vive de reciclagem afirma que ninguém gosta de conviver com lixo na porta de casa. A frase é de Francisco Miguel dos Santos, 62 anos, que mora na Rua Petubas no Tijuca e passa o dia percorrendo os terrenos baldios para encontrar alguma coisa para vender e ganhar um troco.

Francisco não esconde e afirma que em sua casa tem bastante “material para reciclagem”, mas que não concorda com quem joga lixo, principalmente orgânico, em terrenos abandonados.

Mãe de 6 filhos, a Dona de casa Maria Iracema Soares, 39 anos, mora há 5 anos no cruzamento das ruas Saint Romain com a Bartolomeu Mitre, de frente para o terreno baldio. Ela conta que no ano passado a família inteira pegou dengue, menos a filha mais nova que tem hoje 1 ano e 3 meses. “O nosso bairro ficou infestado com o mosquito Aedes aegypti”, diz.

A vizinha, Helena Vargas, 57 anos, também reclama e diz que volte e meia recebe a visita de animais peçonhentos e ratos por causa da sujeira. “Eu não consigo entender porque as pessoas não colocam o lixo para os caminhões que faz a coleta levar”, destaca indignidade com o lixo que se acumulou no terreno. Os vizinhos dizem que parte do terreno é de uma empresa que faliu e a outra parte pertence a Prefeitura.

É lei - Se o terreno é particular, a limpeza e a conservação dos terrenos competem ao proprietário. A lei municipal nº 2909 de 28 de julho de 1992, estabelece que os proprietários dos imóveis sejam responsáveis, ainda, pela construção de calçadas. Os terrenos devem ser mantidos limpos, capinados, drenados e calçados. O proprietário que não cumprir será notificado e recebe um prazo para regularizar a situação. Se o terreno não for limpo o dono pode receber uma multa que varia de R$ 1.624 a R$ 6.498.

As denúncias de falta de manutenção em terrenos baldios podem ser feitas no telefone da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) 156. O fiscal vai no local e se o terreno for da Prefeitura, a Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) será comunicada para fazer a limpeza.

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