Terror dos motoristas, tucano "ataca" novamente e bica para-brisa de carros

Flagrado novamente bicando para-brisas de carros estacionados, o tucano "brigão", agora terror dos motoristas, tem revoltado quem deixa os veículos na Avenida Florestal, Bairro Coophatrabalho, em Campo Grande. Segundo um dos moradores, que não quis ter o nome divulgado, a ave já quebrou dois automóveis.

“Temos um coleguinha que está dando trabalho aqui. Ele fica indo de carro em carro que fica estacionado aqui para bicar. Já vi ele quebrar dois para-brisas”. No vídeo, registrado pela cunhada do residente, mostra o tucano em ação e a voz de repreensão ao fundo. “Ele vai bicar de novo. Não, bicho”.

Segundo a bióloga, especialista em araras, Larissa Tinoco, o tucano não sabe que é um vidro e acredita ser um animal da mesma espécie. “Ele acha que é outro animal. Bem-te-vis também têm esse comportamento”.

Ela acredita que o tucano não tenha força suficiente para quebrar um para-brisa e que o ato dele bicar o carro pode acabar prejudicando o membro.

“O bico é forte, por conta disso ele pode se machucar também. Quebrar, não quebraria. Não sei de fato qual a força que tem na hora da bicada, talvez arranhe, mas quebrar não acredito".

É preciso acompanhar o comportamento do animal. Segundo Larissa, por vídeos curtos é difícil estabelecer um diagnóstico do por quê ele está fazendo isso e o motivo de não sair da região.

"Não sabemos porque está ali. Talvez tenha ninho perto. Tem que ver se ele volta bicando, é necessário uma observação por um período maior por quem entende para estabelecer o comportamento exato que o animal está apresentando".

Uma das alternativas sugeridas pela bióloga, que ajudariam a evitar que o tucano bique o vidro, é cobrir com o panos ou para-sol.

O que fazer? 

 Sérgio Barreto, também biólogo, complementou o assunto explicando que isso é um comportamento de tucanos machos e pode estar relacionado à disputa por território e período reprodutivo.

"Ele acredita que é outro animal macho. O que deve ser feito é só espantar, ele jamais vai atacar alguém, é só o comportamento de disputa, ele imaginando que é outro animal. O que pode ser feito é acionar a PMA também".

Ele ressalta que não pode ser jogado nada no animal, que apenas a aproximação basta para 'espantar' o bicho naturalmente.

"Temos que lembrar sempre que qualquer tipo de contato ou manuseio de animal silvestre é um crime ambiental. Ele não vai permitir que pegue ele com as mãos, então só se aproximar basta. Agora se persistir, ou tira o carro do local ou aciona a polícia ambiental".

Sérgio ainda comenta que a cena é inusitada para ele. "Isso é fora da curva, não é comum que eles façam isso, já ví outros pássaros que ficam no retrovisor dos carros aqui em Corumbá, disputando com seu próprio reflexo, mas tucano é a primeira vez".

Cristiane Melo, especialista em aves, reforça que é necessário cuidado ao se deparar com uma situação dessa. "Tomar cuidado, não espantar agressivamente nem jogar nada. Ele vai sair. Ele não consegue quebrar o vidro de um carro. Se for tentar espantar é com cuidado para que ele não se assuste e assuste a pessoa. Ele se vê no vidro por isso faz isso".

PMA - A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar Ambiental para saber o que os moradores podem fazer para lidar com a situação e como não assustar o animal. Em resposta, a equipe explicou que se o animal estiver voando e em boas condições de saúde, não  é realizado o resgate ou intervenções.

"A tentativa de resgate pode causar estresse desnecessário ao animal, podendo ocorrer ferimentos ou até mesmo a morte. Além disso, é provável que, ao nos aproximarmos, o animal tente voar, dificultando muito a captura. Provavelmente o ninho dele é próximo".

1º registro - O primeiro vídeo foi feito pelo servidor público Guaraci Mendes, de 36 anos nesta quarta-feira (9). No registro encaminhado ao Campo Grande News pelo canal Direto das Ruas é possível escutar as batidas do bico do animal enquanto ele está dentro do carro. Assustado, toda vez que o servidor descia do veículo e se aproximava para registrar, a ave voa para longe.

De acordo com ele, é comum que as aves estejam nos pés de bocaiuva da avenida, mas essa foi a primeira vez que presenciou uma "briga".

Direto das ruas - A imagem chegou pelo Direto das Ruas, o canal de interação dos leitores com o Campo Grande News. Quem tiver flagrantes, sugestões, notícias, áudios, fotos e vídeos pode colaborar no WhatsApp pelo número (67) 99669-9563.

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