UFMS cria programa para doação de corpos para estudos anatômicos
A intenção é não só melhorar a qualificação dos profissionais de saúde formados na Instituição, como também contribuir para o aumento do acervo do Museu de Anatomia.
A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) iniciou o “Programa de Doação de Corpos”, para captação de corpos para estudos anatômicos de alunos da área da saúde na universidade.Há pelo menos 12 anos a UFMS não recebe esse tipo de doação.
O programa já foi aprovado pelo comitê de ética mas o programa de extensão ainda aguarda análise jurídica e definição dos termos do contrato que deverá ser assinado em cartório pelos doadores, com reconhecimento de firma, e com testemunhas, para que se cumpra a legislação.
Para isso, será criado um link vinculado ao site da UFMS, onde o doador poderá fazer download dos formulários exigidos. “O corpo do falecido pertence aos parentes diretos em primeiro grau e essas pessoas precisam saber da intenção do doador, já legalmente reconhecida, para que a doação seja cumprida no momento do óbito. Esse corpo terá uma tramitação diferente, o registro de óbito será específico”, explica a professora Jussara Peixoto Ennes, responsável pelo setor de Anatomia Humana da UFMS.
A expectativa é que o programa seja instituído ainda no segundo semestre deste ano. A partir da aprovação será realizada campanha para que as pessoas saibam o que devem fazer na hora de doar.
A Instituição já registrou a procura de algumas pessoas interessadas, mas até então não havia um instrumento legal para receber as doações futuras dos corpos. O setor de Anatomia Humana está preparado para o recebimento dos corpos, já contando com nova câmera fria e arquivo.
A intenção é não só melhorar a qualificação dos profissionais de saúde formados na Instituição, como também contribuir para o aumento do acervo do Museu de Anatomia, implantado em 2009 na UFMS.
Boa parte do acervo atual da universidade é usada mais para contemplação, em vista do grande desgaste das peças no manuseio constante. As dissecações estão sendo feitas apenas pelos professores orientando alunos em projetos.
Lei Federal determina que os corpos de pessoas indigentes sejam encaminhados para as escolas que tenham os cursos de Medicina, mas há cerca de uma década, dificuldades no cumprimento dessa lei resultaram na crise de aporte de corpos não reclamados às instituições de ensino em todo o país. Hoje, o acervo tem aproximadamente 50 peças.