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Capital

UFMS passa a cobrar mais caro pela refeição para quem tem renda maior

Instituição afirma que alteração serviu para atender reivindicações dos próprios estudantes

Ricardo Campos Jr. | 23/08/2017 15:14
Estudantes entram no RU para almoçar nessa segunda, primeiro dia com novos preços das refeições (Foto: André Bittar)
Estudantes entram no RU para almoçar nessa segunda, primeiro dia com novos preços das refeições (Foto: André Bittar)
Acadêmico de fisioterapia diz que colegas foram vitimas de erro de sistema e tiveram que pagar mais caro (Foto: André Bittar)
Acadêmico de fisioterapia diz que colegas foram vitimas de erro de sistema e tiveram que pagar mais caro (Foto: André Bittar)

O Restaurante Universitário da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) começou nesta semana a cobrar preços diferenciados dos estudantes pelas refeições, conforme a renda deles. O preço, que antes eram fixados em R$ 2,50, agora varia conforme a renda dos alunos, podendo em alguns casos chegar a R$ 6, segundo os estudantes.

De acordo com informações publicadas no site da instituição, continuam a pagar o valor antigo quem tem renda familiar per capta de até um salário mínimo e meio, o que corresponderia a uma parcela de 50% a 60% dos usuários do restaurante.

Essa divisão segue o preconizado pelo PNAES (Plano Nacional de Assistência Estudantil), que este ano destinou R$ 14 milhões para a UFMS viabilizar o serviço. Contudo, a reitoria precisava atender a duas reivindicações dos discentes: a ampliação dos auxílios assistenciais e o fornecimento de jantar aos universitários, uma vez que o restaurante só funcionava no almoço.

As mudanças nos valores se deram, segundo a instituição, para viabilizar esses pedidos, embora não tenha agradado aos universitários.

“Eu continuo pagando R$ 2,50, mas acho um pouco injusto porque tem muitas pessoas que não tem condições financeiras e o valor foi para R$ 4,75. Tem gente que está dando erro do sistema e foi para R$ 6”, diz o acadêmico de fisioterapia Leonardo Verão, 20 anos.

A aluna do curso de matemática Emília Aparecida Parreira, 51 anos, também questiona o aumento cujas causas, para ela, não ficaram claras. “Eu queria entender o porquê dessa mudança, a troco do que fizeram isso se há tanto tempo era um valor e de repente cada vez se coloca um valor diferente?”.

O presidente do DCE (Diretório Central Estudantil) da UFMS, Ari Ferra Junior, 23 anos, diz estar acompanhando a situação .

“Nós estamos esperando, na verdade, para ver se haverá mudanças na qualidade da alimentação e estamos cobrando a universidade sobre quais os motivos disso e para onde vão os investimentos do PNAES”, afirmou ao Campo Grande News.

Ele participou de uma reunião com representantes de outros setores da universidade na semana passada onde os motivos do aumento foram explicados.

“Cobramos a pró-reitoria sobre o motivo e eles culparam a crise. Os recursos do PNAES foram reduzidos drasticamente. Mas o papel do DCE é continuar fiscalizando e mobilizando os estudantes para que tenhamos um RU com preço justo, valor digno e alimentação de qualidade”, completa.

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