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Capital

Última dos dez acusados por decapitar jovem, diz que não comandou execução

Crime ocorreu em Sonora, a 364 quilômetros de Campo Grande, em 31 de maio de 2018

Viviane Oliveira e Bruna Marques | 02/02/2023 12:23
Última dos dez acusados por decapitar jovem, diz que não comandou execução
Vitória Valdina durante julgamento na manhã desta quinta-feira (Foto: Henrique Kawaminami)

Sentada no banco dos réus, Vitória Valdina Souza da Silva, de 22 anos, é a última dos dez acusados de participação no assassinato de Lailla Cristiane de Arruda, de 19 anos, ocorrido em 2018, a ser julgada na manhã desta quinta-feira (2) pela 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Em abril do ano passado, os outros acusados foram condenados a um total de 257 anos e 8 meses de reclusão em regime fechado, depois de quase 19 horas de sessão do júri. Vitória não foi julgada no mesmo dia, porque o advogado dela estava doente e não pôde comparecer.

Segundo denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Vitória foi quem atraiu a vítima ao local do crime. Ao ser ouvida nesta manhã, a ré negou participação, afirmou que não comandou nenhuma execução e não faz parte de facção criminosa. Presa há 4 anos e 8 meses, a acusada relatou que na época confessou o crime porque sofreu violência física e psicológica. “Não sabia que iam matar a Lailla, conhecia ela havia três dias”, disse.

Conforme a denúncia do Ministério Público, Lailla foi decapitada após ser julgada pelo "Tribunal do Crime" do PCC (Primeiro Comando da Capital), por pertencer à facção rival, o CV (Comando Vermelho).

Última dos dez acusados por decapitar jovem, diz que não comandou execução
Lailla foi encontrada morta decapitada em canavial (Foto: arquivo / reprodução)

Segundo Vitória, ela estava com Lailla quando o grupo invadiu a casa de seu irmão e passou a discutir com a vítima. "Eu estava no meu irmão, quando invadiram a casa e pularam o muro. Ela [Lailla] era namoradora do Victor Hugo (já condenado pelo crime) e os dois começara a discutir. Na hora não entendi o que estava acontecendo. Aí foi todo mundo para os fundos. Meu irmão mandou eu ir cuidar da minha cunhada, porque ela estava passando mal. Eu não vi o que aconteceu lá fora".

Daí por diante, Vitória afirmou que levaram Lailla para outro lugar e ela não soube o que aconteceu depois. O resultado do julgamento deve ser divulgado no fim da tarde. A sessão é presidida pelo juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida.

Caso -  O crime ocorreu em Sonora, a 364 quilômetros de Campo Grande, em 31 de maio de 2018. Lailla Cristina era garota de programa e estava mantendo contato, conforme a denúncia, com integrantes do Comando Vermelho.

Ela foi sequestrada e decapitada, com os braços amarrados para trás, em um canavial próximo do Rio Confusão. O corpo foi localizado no dia 1º de junho. Na ocasião, além dos 11 presos, também foi apreendido adolescente por suspeita de participação no crime.

Última dos dez acusados por decapitar jovem, diz que não comandou execução
Réus no plenário recebendo o resultado da sentença em abril do ano passado (Foto: Divulgação/TJMS)

Julgamento - No dia 26 de abril do ano passado, Rodrigo França e Maycon Douglas Almeida Gonçalves da Silva foram condenados a 25 anos de reclusão. Alexandro Silva dos Santos e Odimar dos Santos pegaram 26 anos de reclusão. Uanderson Ferreira Ananias, Gelson da Silva e Matheus do Nascimento Silva foram condenados a 34 anos e 4 meses de reclusão. Victor Hugo Lopes da Cruz recebeu pena de 24 anos de reclusão e João Paulo da Silva a 28 anos e 8 meses de prisão. Os nove réus foram condenados também ao pagamento de dez dias multa cada.

O julgamento foi realizado em Campo Grande em razão do desaforamento da cidade de Sonora e todo o processo correu em segredo de Justiça.

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