ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  30    CAMPO GRANDE 16º

Capital

Última dos dez acusados por decapitar jovem é condenada a 17 anos de prisão

Vitória Valdina Souza da Silva foi apontada como a responsável por atrair a vítima para "tribunal do crime"

Ana Paula Chuva | 03/02/2023 12:28
Última dos dez acusados por decapitar jovem é condenada a 17 anos de prisão
Vitória sentada no banco dos réus da 1ª Vara do Tribunal do Júri. (Foto: Henrique Kawaminami)

Vitória Valdina Souza da Silva, 22 anos, foi condenada a 17 anos e dez meses de prisão pela execução de Lailla Cristiane de Arruda. Ela é a última dos dez envolvidos no assassinato a ser julgada. O caso aconteceu em 2018 e a mulher foi apontada como a responsável por atrair a vítima para o local onde aconteceu o crime em Sonora, a 362 quilômetros de Campo Grande.

Vitória sentou no banco dos réus da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande na quinta-feira (2). O julgamento teve início por volta das 8h e se estendeu por todo o dia. Em depoimento ela chegou a negar a participação no crime e disse que não comandou nenhuma execução.

Em abril do ano passado, os outros acusados foram condenados a um total de 257 anos e 8 meses de reclusão em regime fechado, depois de quase 19 horas de sessão do júri. Vitória não foi julgada no mesmo dia, porque o advogado dela estava doente e não pôde comparecer.

A acusada já está presa há 4 anos e 8 meses e relatou durante o julgamento que na época confessou o crime porque sofreu violência física e psicológica. “Não sabia que iam matar a Lailla, conhecia ela havia três dias”, disse.

Na denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, consta que Lailla foi decapitada durante julgamento do “tribunal do crime” do PCC (Primeiro Comando da Capital), por pertencer à facção rival, CV (Comando Vermelho). Segundo Vitória, ela estava junto com a jovem quando o grupo invadiu a casa de seu irmão e passou a discutir com Lailla.

"Eu estava no meu irmão, quando invadiram a casa e pularam o muro. Ela [Lailla] era namoradora do Victor Hugo (já condenado pelo crime) e os dois começaram a discutir. Na hora não entendi o que estava acontecendo. Aí foi todo mundo para os fundos. Meu irmão mandou eu ir cuidar da minha cunhada, porque ela estava passando mal. Eu não vi o que aconteceu lá fora".

Em seguida, os acusados levaram Lailla para outro lugar e ela não soube o que aconteceu. Apesar de negar a participação, Vitória acabou condenada a 17 anos e 10 meses de prisão por homicídio qualificado, organização criminosa e corrupção de menores. A sentença é assinada pelo juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida.

Última dos dez acusados por decapitar jovem é condenada a 17 anos de prisão
Aos 19 anos, Lailla foi encontrada decapitada em canavial. (Foto: Reprodução | Redes Sociais)

Caso -  O crime ocorreu em 31 de maio de 2018. Lailla Cristina era garota de programa e estava mantendo contato, conforme a denúncia, com integrantes do Comando Vermelho. Ela foi sequestrada e decapitada, com os braços amarrados para trás, em um canavial próximo do Rio Confusão. O corpo foi localizado no dia 1º de junho. Na ocasião, além dos 11 presos, também foi apreendido adolescente por suspeita de participação no crime.

Julgamento - No dia 26 de abril do ano passado, Rodrigo França e Maycon Douglas Almeida Gonçalves da Silva foram condenados a 25 anos de reclusão. Alexandro Silva dos Santos e Odimar dos Santos pegaram 26 anos de reclusão. Uanderson Ferreira Ananias, Gelson da Silva e Matheus do Nascimento Silva foram condenados a 34 anos e 4 meses de reclusão.

Victor Hugo Lopes da Cruz recebeu pena de 24 anos de reclusão e João Paulo da Silva, 28 anos e 8 meses de prisão. Os nove réus foram condenados também ao pagamento de dez dias multa cada. O julgamento foi realizado em Campo Grande em razão do desaforamento da cidade de Sonora e todo o processo correu em segredo de Justiça.

Última dos dez acusados por decapitar jovem é condenada a 17 anos de prisão
Réus no plenário recebendo o resultado da sentença em abril do ano passado. (Foto: Divulgação/TJMS)

Nos siga no Google Notícias