Uma semana antes de ser morto, professor teve casa invadida na Vila Carlota
Homem contou para a vizinha que casa foi invadida e "não sabia o que fazer"
Encontrado morto na noite deste domingo (17), na Vila Carlota, em Campo Grande, o professor Gelson Petisco, de 52 anos, teve a casa invadida há cerca de uma semana. Além disso, já foi vítima de espancamento em novembro de 2016, de acordo com boletim de ocorrência. O assassinato é investigado pela polícia.
No dia da invasão, Gelson avisou uma vizinha, mas não chamou a polícia. "Ele comentou comigo que tinham invadido a casa dele, falou que não sabia o que iria fazer, então, falei para ele chamar a polícia", conta a dona de casa de 72 anos. A idosa pediu para não ter o nome divulgado.
A invasão não foi o primeiro episódio de violência vivido pelo professor. Em novembro de 2016, foi vítima de espancamento, quando ficou quase um mês na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e levou 40 pontos na cabeça. Ele se recuperou e voltou para casa. Uma amiga, que encontrou ele morto, afirmou para a polícia, conforme o boletim de ocorrência, que na época ele foi perseguido pelo autor da agressão.
De lá para cá, Gelson ficou debilitado e era ajudado pelos vizinhos, que sempre mandavam comida. A casa, sempre rodeada de homens, incomodava uma das vizinhas. "Ele morava com um rapaz, mas há uns dez dias, tinha uns quatro homens morando com ele. Até falei que não iria mais levar comida, porque estava com visita, aí ele falou que já estavam indo embora", contou a idosa.
Ela fala que conhece Gelson há 20 anos e que ele bebia muito. "Ele morava com um rapaz, mas a casa era sempre rodeada de homens. Não os conhecia, porque não me envolvia na vida pessoal dele. Só sei que ele bebia muito por influência das pessoas".
O professor era querido na rua onde morava. "Formado em letras e falava inglês", elogia a outra vizinha, uma cabeleireira de 59 anos, que também pediu para não ter o nome divulgado. No entanto, fala que a bebida acabou destruindo o professor, que conhecia há 25 anos. "No começo, ele não era bom, mas depois que quase mataram ele com uma pancada na cabeça, ficou diferente, eu gostava muito dele", diz.
A cabeleireira também via muitos homens na casa. "Sempre tinha gente com ele, ontem mesmo, tinha três homens ali", revela. "Estou muito triste em saber que ele morreu dessa forma, eu aconselhava, que as pessoas que andava não eram amigas dele. Chamei para ir no encontro da igreja várias vezes, mas nunca quis, era uma luta pra tirar ele dessa vida", lamenta a mulher.
Os vizinhos acreditam que a vítima sofreu abuso sexual. "Tenho certeza que abusavam dele sexualmente, estava era muito debilitado, nem ia conseguir se defender".
O caso - Gelson foi encontrado morto na noite deste domingo (17), na Vila Carlota, em Campo Grande, após passar o dia ingerindo bebida alcoólica com um amigo de 44 anos.
Para a polícia, o amigo diz que eles bebiam e em determinado momento, dormiu. Quando acordou, já encontrou Gelson caído no chão da casa, sem vida, por volta das 19 horas. Então, acionou a polícia.
A testemunha ainda relata que não ouviu qualquer barulho na casa. A suspeita é de que o assassino usou uma barra de ferro para golpear a vítima, que tinha ferimento no tórax.