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Capital

"Vírus não está na igreja", alega Dom Dimas sobre celebrações presenciais

Líder dos católicos defende que templos são essenciais e sugere maior fiscalização em outros setores

Marta Ferreira | 05/04/2021 16:40
Dom Dimas, autoridade máxima da Igreja Católica em Campo Grande defende que os templos devem receber os fieis, com cuidados redobrados. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Dom Dimas, autoridade máxima da Igreja Católica em Campo Grande defende que os templos devem receber os fieis, com cuidados redobrados. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

“Tenho convicção de que o vírus não está nas igrejas”. A frase é de Dom Dimas Lara Barbosa, liderança máxima da igreja católica em Campo Grande, ao ser perguntado sobre a orientação para funcionamento das comunidades religiosas, que seguem com celebrações presenciais, ainda que conjugadas com eventos on-line.

Na avaliação do bispo Dom Dimas, as igrejas são essenciais, literalmente. Por isso, diz, não há porque parar de vez de atender os fieis, com adoção dos cuidados de biossegurança.

Ao sustentar a posição, ele cita o Papa Francisco e a já celebre frase sobre a igreja se tornar espécie de “hospital de campanha”, nesse caso para a cura espiritual. “Que também reflete na saúde física”, argumenta.

Para o religioso, no atual momento da crise sanitária, receber os fieis é também forma de ajudar no controle da qualidade de vida e da saúde. “De certa forma, desempenhamos um papel nesse sentido. Quantas pessoas vêm até nós com desejos suicidas?, questiona.

Na comparação com outros setores, Dom Dimas faz uma provocação ao Poder Público e a quem, segundo ele, ataca a atividade religiosa, em vez de agir onde realmente “o vírus está”. Relaciona “supermercados, bancos, ônibus, as festas...”.

No domingo de Páscoa, data que está entre as mais simbólicas para os cristãos, a reportagem mostrou celebração em templos de Campo Grande, mas com bem menos gente comparada aos tempos sem covid-19.

Celebração de Páscoa na igreja São José, em Campo Grande, no domingo (3).
Celebração de Páscoa na igreja São José, em Campo Grande, no domingo (3).

Evangélicos – Entre as comunidades de matriz evangélica, a postura dos órgãos que reúnem as lideranças é de orientar a concentração dos eventos na forma on-line, mas não existe hierarquia a ponto de vetar as atividades. Cada pastor tem certa autonomia e, desde que a crise sanitária começou, inúmeras imagens de eventos religiosos lotados foram mostradas.

Após agravamento da situação, com novas medidas restritivas, o Conselho de Pastores se manifestou, recomendando celebrações via internet, mas nem sempre, como se vê, elas têm sido atacadas.

A Associação Sul-Mato-Grossense da Igreja Adventista do Sétimo Dia, por exemplo, recomendou suspensão de cultos do dia 26 de março, até 8 de abril, a próxima quinta-feira.

Segundo o pastor Leandro Alencar, um dos líderes da denominação religiosa, em geral a recomendação é atendida. Na nota divulgada no dia 24 de março, o entendimento é de que o quadro atual “inspira mais cuidados”. Segue-se a orientação de suspender por ora os cultos presenciais.

Conforme a reportagem apurou, entre os espíritas, o foco das atividades está voltado a um dos braços mais ativos da denominação, que são ações de assistência social, com a coleta de doações para famílias carentes, com o alerta de cuidados redobrados.

O decreto que começou a valer hoje com novas regras para todo o Estado, permite a realização de eventos, de qualquer ordem, inclusive religiosos, com 50% da capacidade de público.

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