Vítima diz que pediu desculpas e ainda assim foi agredida no trânsito

Um dedo quebrado, dores no peito que precisam de medicação para passar e a sensação de impunidade, que só o tempo e a punição do responsável vão extinguir. São reflexos da agressão no trânsito sofrida há seis dias por servidor público de 50 anos, com quem o Campo Grande News conversou nesta terça-feira (14).

Com a mão direita imobilizada, por causa de fratura no dedo mindinho, a vítima afirma que a agressão foi gratuita, depois de erro ao qual todo mundo está sujeito. Depois de 21 anos morando em Brasília, o servidor estava de volta a Campo Grande havia apenas uma semana, segundo conta.

Foi ao supermercado na Avenida Tamandaré e, na saída, acabou entrando na contramão, em rua mal iluminada, segundo conta. Disse ter sido alertado por outros motoristas, de forma educada, mas que o motorista de um Hyndai Creta agiu diferente, na chegada ao semáforo do cruzamento com a Rua Benjamim Constant.

 “Veio um carro em minha direção e jogou luz alta, com o condutor acelerando pra cima de mim”, relatou à polícia. “De dentro do meu carro, pedi desculpas gesticulando que não sabia que era contramão. Ele quis jogar o carro em cima de mim e mudou pra pista da esquerda (direita pra ele)”, diz. “Fiz o retorno para pegar a mão correta e acabei ficando na traseira dele”, prossegue.

“O semáforo abriu e saímos. Mais à frente, ele freou seu carro bruscamente, fez manobra arriscada e jogou o carro em cima de mim. Parou, desceu e veio pra cima de mim, colocando a mão na cintura e dizendo ser policial. Fez o gesto por duas vezes. Veio e me deu alguns socos”. continua a vítima, conforme o boletim de ocorrência .

“E eu dizia: "Você está louco! Eu não sabia que era contramão", reagiu.

À polícia, a vítima disse que os golpes, “fortíssimos”, acertaram mão e o peito. “Me defendi chutando-o pela janela do meu carro. Por duas vezes, ele retornou ameaçando atirar. Ao mesmo tempo, repito, dizia-se ser policial. Em seguida, saiu em disparada e eu o segui várias quadras para anotar as placas do carro do agressor.”

Conforme o funcionário público, alguns metros adiante, um outro veículo do lado e o condutor disse que tinha filmado tudo.

Confira as imagens:

 O vídeo mostrando o momento da confusão no trânsito foi recebido pela redação no domingo (12), mas ainda não havia informação sobre investigação policial. Conforme a vítima explicou, no dia seguinte, quinta-feira (9) procurou atendimento médico, foi constatada a fratura no dedo mínimo da mão direita e receitado medicamento analgésico para as dores no peito, que persistem até hoje.

Por causa da mão imobilizada, ele não está trabalhando.

Quem é o agressor ? – O caso foi registrado na Devir (Delegacia Oline do Estado de Mato Grosso do Sul) e, segundo a reportagem apurou, ainda não havia sido distribuído até esta tarde para a unidade que ficará responsável. O caso é tratado como lesão corporal.

O motorista agressor, conforme apurado, é um homem de 33 anos, pecuarista, conhecido também por ser lutador de jíu-jitsu.

Como não há ainda a identificação formal dele, o nome será preservado. O Campo Grande News tentou contato com ele, sem êxito.  A vítima pediu para não ter a identidade revelada.