Vítima recebeu ligação misteriosa antes de ser encontrada decapitada
Rudnei da Silva Rocha, o “Babidi”, 22 anos, foi encontrado morto na noite de sábado (7)
Antes de ser encontrado morto e sem cabeça, Rudnei da Silva Rocha, o “Babidi”, 22 anos, recebeu uma ligação misteriosa. Questionado pela família, o rapaz apenas disse “é coisa minha” e depois desapareceu.
O relato é de sexta-feira (6) e um dia depois o corpo de “Babidi” foi achado em uma entrada vicinal na região do Indubrasil em Campo Grande.
Para o irmão, Rudcley da Silva Rocha, 27 anos, a vítima não tinha qualquer envolvimento com facções criminosas, mas frequentemente recebia ligações que intrigavam a todos. “Ele [Rudnei] era muito família. Contava tudo para nós, só não sobre essas ligações que recebia”, revela.
Sobre o dia que desapareceu, o irmão detalha, que antes de Rudnei sair de casa, sua mãe o chamou para conversar. Ela perguntou o que estava acontecendo, porém o rapaz voltou a dizer “é coisa minha”.
“Fui a polícia e registrei o desaparecimento. No dia seguinte voltei para saber se acharam algo, foi quando me disseram que ele estava morto”, lamenta.
Questionado, o irmão revela que Rudnei usava drogas, mas um problema de saúde o obrigou a parar. “Entre junho e julho deste ano ele quase morreu. Precisou fazer uma drenagem no pulmão e ficou internado 32 dias no Hospital Regional. Lá, o médico disse que se ele não parasse de usar drogas com certeza morreria”, diz.
Fã de tereré com os amigos em frente de casa, Rudnei nasceu e foi criado no bairro Moreninha onde também trabalhava com a mãe. “Minha mãe fazia salgados e ele saia para vender. No fim do dia entregava todo o dinheiro certinho”, conta.
Decapitado – O corpo foi encontrado por volta das 22h, enrolado em um colchão, separado da cabeça.
Segundo o delegado plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro, Enilton Pires Zalla, moradores da região acionaram a Polícia Civil. Assim que os investigadores chegaram ao local, reconheceram o rapaz desaparecido.
Antes mesmo de encontrarem o corpo, as equipes de investigação já trabalhavam com a hipótese de execução. O motivo: a guerra entre facções.
“Pela minha experiência e pelo que foi apurado até o momento, a execução pode ser motivado por envolvimento com facções criminosas”, explicou Zalla.
Sem falar em siglas, o delegado afirmou que a suspeita é de que um grupo criminoso tenha descoberto a participação de Rudnei em uma organização rival.
Os peritos não encontraram vestígios de sangue, o que confirma a suspeita de que a vítima foi assassinada em outro local e deixada na estrada vicinal. Ainda conforme Zalla, Rudnei foi assassinado cerca de seis horas antes e apresentavam sinais de tortura. “Possivelmente ele foi torturado antes de morto”.
Rudnei possuía uma longa ficha criminal com passagens por tráfico de drogas e furto.