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Capital

Vizinhos de mulher morta pelo ex-marido fazem protesto no Aero Rancho

Nyelder Rodrigues | 24/04/2016 18:43
Adultos e crianças foram para o local, sob os olhares da PM (Foto: Direto das Ruas)
Adultos e crianças foram para o local, sob os olhares da PM (Foto: Direto das Ruas)

Vários moradores da favela Cidade dos Anjos fecharam o cruzamento das avenidas Presidente Tancredo Neves e Arquiteto Vila Nova Artigas, no bairro Aero Rancho, em protesto pedindo justiça e proteção à família de Juliana da Silva Fernandes, de 25 anos, que morreu esfaqueada pelo ex-marido em frente ao filho. Após acordo com a PM (Polícia Militar), o protesto foi encerrado.

O crime aconteceu na madrugada de sexta-feira (22), no barraco onde morava a vítima com mais três filhos - um menino de sete anos que teria visto toda o crime, uma menina de quatro e outro menino de dois anos - na rua Prímula, Jardim das Hortênsias. Juliana foi levada para o Hospital Regional, passou por duas cirurgias, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

O autor do assassinato, Michael Leite de Carvalho, fugiu do local após o esfaquear Juliana quatro vezes. Ele teria ligado para a vítima a ameaçando de morte, e após o crime, seguiu ameaçando familiares, inclusive os filhos. "Ele mora na Vila Nogueira. Queremos justiça, que ele seja preso e que a irmã da Juliana seja protegida", diz a vizinha da vítima, Raquel Leite do Nascimento, 41 anos.

Raquel morava ao lado de Juliana e foi uma das primeira pessoas que a socorreu. "Ele segue ameaçando as crianças, dizendo que vai matá-las também. Por isso, queremos que elas sejam retiradas urgentemente dali com a tia deles, que já tem três filhos e agora vai cuidar de seis crianças. Ela e mais um tio são única família deles".

Durante o protesto, que começou no fim da tarde, o cruzamento foi fechado. Pedaços de madeira e galhos foram usados para interromper o trânsito. Depois, esses materiais foram incendiados. Guarda Municipal e PM acompanharam a situação. O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar o fogo. Após de conversa com a PM, os manifestantes saíram do local, que fica próximo à favela.

Feminicídio - Conforme uma testemunha, a mulher estava em casa, quando o ex-marido invadiu o barraco. Os dois passaram a discutir e Juliana acabou agredida com pelo menos quatro facadas. Ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada ao Hospital Regional, onde morreu.

Este ano, esse é o segundo caso de feminicídio na Capital. Em janeiro, Vilma Alves de Lima, 57 anos, funcionária do setor administrativo do Hospital Rosa Pedrossian foi assassinada a golpes de faca pelo ex-companheiro em frente à entrada principal da unidade.

Após o crime, o pedreiro Wilson Lima, 69 anos, tentou suicídio jogando o carro que conduzia contra um caminhão. Ele foi socorrido, internado na Santa Casa sob escolta e após receber alta foi direto para um presídio.

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