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Capital

Xodó de quatro taxistas do HR, gato adotado é morto a pauladas

Zana Zaidan | 14/07/2014 17:42
Fofão era atração para quem passava pelo HR, além de ser o xodó dos taxistas (Foto: Arquivo)
Fofão era atração para quem passava pelo HR, além de ser o xodó dos taxistas (Foto: Arquivo)

Abandonado cinco anos atrás nas proximidades do Bairro Aero Rancho, e adotado por quatro taxistas do ponto 69, na rua lateral do Hospital Regional, o gato Fofão, que era a atração de quem passava pelo lugar e o xodó dos motoristas, foi encontrado morto na manhã de sábado (12).

Os taxistas suspeitam de que ele tenha sido agredido a pauladas, por isso, não querem deixar o caso passar impune, e prometem prestar queixa na Polícia.

Um vizinho do residencial Anhanduí, que fica em frente ao ponto de táxi, foi quem viu Fofão, caído próximo a uma grade do condomínio, e avisou os donos. “A cabeça estava muito ferida, inclusive, saía sangue do ouvido. Imaginamos que ele tenha sofrido, e isso é que o mais doí. Uma pessoa que tem coragem de fazer isso com um animal, não é de se duvidar que faça com gente”, lamenta Otacílio Gomes Teixeira, 53 anos, um dos taxistas que adotou o gato.

A ficha ainda não caiu, conta Otacílio. No ponto, ainda estão a casinha de madeira construída para Fofão, junto com o pote de água e a almofada colocada no banco dos taxistas. “Era um gato livre, como qualquer outro de rua, mas fazia companhia pra gente entre uma corrida e outra. Está fazendo muita falta pra gente”.

Os taxistas não conseguiram tirar as coisas de Fofão do ponto (Foto: Marcelo Victor)
Os taxistas não conseguiram tirar as coisas de Fofão do ponto (Foto: Marcelo Victor)

Inicialmente, ele, Pedro, Ênio e Ademir – os quatro taxistas que se revezavam para cuidar do animal, entre os 14 que dividem o ponto – queriam enterrar o Fofão ali mesmo, onde já está outro gatinho que o grupo adotara, e morreu há cinco meses, mas segundo Otacílio, o vizinho que o encontrou se recusou a entregar o bichano.

“Aqui já está o Pretinho, que era outro gato que passou um ano com a gente, até ter um mal súbito, e morrer. O Fofão cuidava dele, defendia, acho que ia gostar de ser enterrado aqui”, diz.

A suspeita do grupo é de que uma vizinha, que há tempos “se incomodaria” com o gato nos arredores, e fato de que os taxistas estimulavam a permanência de animais por ali, alimentando e abrigando-os, seja a culpada.

“Teve um episódio em que essa mesma pessoa tentou envenenar o Fofão. A sorte é que ele foi socorrido a tempo, por um veterinário que mora no condomínio e nos ajudou”, lembra Otacílio.

Como não passa de especulação, a intenção é registrar boletim de ocorrência. “E torcer para que a Polícia se esforce para ajudar, olhe câmeras, qualquer coisa que possa ajudar”. Ele ensaia para dar a notícia para Ênio, o principal cuidador de Fofão, e que está de férias. “Vai ficar muito abalado, sei disso. Mas vamos conversar e decidir como proceder”, explica.

Agora, ele espera que outro animalzinho de rua passe pelo ponto. “Será muito bem vindo, ótimo para nós, porque o Fofão está fazendo muita falta. Já tem até ração, já que sobrou a dele”, espera Otacílio.

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