Deputado pede, mas Justiça nega devolução de arma apreendida em operação
Neno Razuk é acusado de liderar esquema para controlar o jogo do bicho em Mato Grosso do Sul
A Justiça autorizou a devolução de um tablet apreendido na casa do deputado estadual Roberto Razuk Filho (PL), o Neno Razuk, mas decidiu manter sob custódia dois celulares, munições e uma pistola. A decisão foi tomada pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande, nesta quinta-feira (11).
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O pedido de restituição foi feito pela defesa de Neno, que alegou ser proprietário dos bens e argumentou que eles já haviam sido utilizados na investigação conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Segundo o advogado André Borges, a apreensão não poderia se prolongar indefinidamente.
O Ministério Público se manifestou favorável apenas à devolução do tablet. Com base na manifestação, a juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna deferiu parcialmente o pedido, liberando apenas o iPad.
Conforme a sentença, os dois celulares iPhone apreendidos foram usados pelo parlamentar para gerenciar atividades da organização criminosa investigada na Operação Successione, que apura tentativa de controle do jogo do bicho em Campo Grande e no interior do Estado. Diante disso, a magistrada entendeu que os aparelhos podem ser alvo de perdimento caso haja condenação.
Sobre a arma de fogo e as munições, a decisão aponta que o pedido de devolução deverá ser feito na via administrativa, já que os itens foram entregues à Delegacia de Controle de Armas e Produtos Químicos (Deleaq).
Investigação - Neno Razuk foi apontado pelo Gaeco como líder de um grupo que buscava assumir o controle da exploração do jogo do bicho na Capital e em municípios do sul de Mato Grosso do Sul. Relatórios da operação indicam que o deputado negociou investimento de R$ 30 milhões com um empresário de fora do Estado.
Interceptações telefônicas revelaram que Razuk, durante as tratativas, sugeriu realizar uma chamada de vídeo para explicar que, segundo ele, a atividade estaria em vias de legalização no país e, portanto, "não teria nada de ilegal".
Apesar das acusações, Neno nega envolvimento com atividades ilícitas e afirma ser alvo de uma armação. O processo penal relacionado ao caso segue em fase final de instrução.