Youtuber diz à polícia que mentiu, mas vai ter de pagar fiança de R$ 20 mil
Empresário havia dito que revenderia peças do carro para desmanche, mas, à polícia, disse que queria conseguir audiência
O empresário Eduardo Rezende da Silva, 26 anos, youtuber conhecido como “Dudu do Razuk”, negou em depoimento à Polícia Civil a intenção de desmanchar um carro comprado no Paraguai para revender as peças e disse que muito do que publica em seu canal no YouTube é mentira. A declaração, porém, será responsável por desembolso de R$ 20 mil em fiança, pago esta tarde.
“Dudu do Razuk” foi preso hoje, em casa, no bairro Vilas Boas, por equipe do 3ºDP. Na garagem, foi encontrado o Corolla branco, comprado no Paraguai. Na prisão, segundo o delegado Ricardo Meirelles Bernardinelli foram identificados os crimes de negociação fraudulenta, já que a o veiculo foi comprado por terceiro, residente no Brasil, mas que deu endereço falso no Paraguai e receptação. Caso o desmanche de peças tivesse sido executado, seria contrabando.
O empresário prestou depoimento esta manhã sobre o flagrante. O delegado disse que o rapaz negou que realmente fosse fazer o desmanche e vender as peças, como havia propagado no seu canal no YouTube.
“Ele disse que realmente gravou o vídeo falando do desmanche, mas que era mentira, era simplesmente para conseguir audiência para o site dele e que várias notícias lá veiculadas são mentira”, segundo o delegado. Sobre a negociação, o empresário negou envolvimento em qualquer irregularidade e que não sabia de qualquer problema com o veículo.
Hoje à tarde, Eduardo Silva voltou a prestar depoimento, desta vez, para tratar de outro inquérito que já estava em tramitação, de vídeo polêmico publicado em seu canal: à noite, após decreto de toque de recolher em Campo Grande, rodou a cidade para mostrar como estava a cidade.
Neste caso, “Dudu do Razuk” já foi indiciado por desobediência, direção perigosa e crime contra a saúde pública, por ter descumprido medida sanitária determinada pela prefeitura de Campo Grande. O delegado disse ainda, que os leilões de veículos organizados com a participação dele serão investigados, pois há indícios de que são fraudulentos, resultando em valor de venda muito acima do praticado no mercado.
“O que temos a dizer é que ele tem uma responsabilidade social muito grande quando chega a mais de 500 mil seguidores, pessoas que ouvem e gostam do canal dele”, avaliou Bernardinelli.
Em relação a este caso, por se tratar de pena de até quatro anos, a fiança pode ser arbitrada pelo próprio delegado, que determinou pagamento de R$ 20 mil para a liberação do empresário.
O advogado João Matheus Giacomini, que representa o youtuber, disse que “houve um mal entendido” e, no entendimento da defesa, não aconteceu nenhum crime. “Ele [empresário] está sem entender em razão de não ter feito nada na ilegalidade”.
Segundo o advogado, após pagamento da fiança, o empresário já será liberado. O carro, porém, permanecerá sob custódia da polícia.