Em meio a troca de acusações, UFMS escolhe hoje nova reitoria
Mais de 23 mil eleitores estão aptos a escolher a nova reitoria da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul). As urnas já estão distribuídas em 30 locais de votação, espalhados pelos 11 campus da instituição. No Hospital Universitário, em Campo Grande, às seis da manhã já era possível votar. A votação termina às 21h, horário em que as urnas serão lacradas e enviadas ao Teatro Glauce Rocha, onde ocorre a apuração, que não tem hora pra acabar.
Os estudantes representam 19.833 votos, mas só tem 15% de peso na contagem. Já os professores, 1.366, têm 70% de peso e os servidores técnicos, que somam 1.983 pessoas, têm 15%. A proporção majoritária para os docentes é estabelecida por Lei Federal de 1995.
"Eu gostaria que fosse mais igualitário, o aluno deveria ter um peso um pouco maior", opinou a discente Tamires Valente, 29 anos, que está no terceiro ano de Turismo. Com os amigos, ela foi uma das milhares de pessoas que lotou o auditório para o último debate, que ocorreu nessa terça-feira.
A eleição é, na verdade, uma consulta à comunidade acadêmica. Depois de revelados os preferidos pelos votantes, a comissão eleitoral deve indicar mais uma chapa para compor a lista tríplice que será analisada pelo Governo Federal.
Chapa quente - As duas concorrentes, “Por uma UFMS Diferente”, formada pelo candidato a reitor Marco Aurélio Stefanes e sua vice Alexandra AyachAnache, e “Juntos Somos UFMS”, encabeçada por Marcelo Turine e com Camila Ítavo, tiveram uma semana quente.
Turine chegou a denunciar a chapa de Marco Aurélio por difamação. O candidato acusa o opositor de distribuir material com a notícia do bloqueio de bens solicitado em abril pelo Tribunal de Justiça por conta da morte dos peixes do Aquário do Pantanal. Turine é diretor-presidente da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul), do Governo do Estado, órgão responsável pelo projeto de pesquisa que tratou dos animais. Mas o processo o eximiu de envolvimento com o caso.
Marco Aurélio nega que tenha distribuído panfletos difamatórios e, por sua vez, entrou ontem com uma representação no Ministério Público Federal contra uma suposta mala-direta enviada por Turine aos milhares de alunos da UFMS.
Em disputa, além da estrutura grandiosa, está o quarto maior orçamento do Estado, R$593 milhões.