Debate na luta pela 4ª maior receita de MS discute UFMS aberta e atuante
Como são apenas dois candidatos, será indicado um terceiro nome para formação de lista tríplice
A dois dias de processo eleitoral para escolha do novo reitor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), o debate dos candidatos põe o eleitorado entre a proposta de um projeto de instituição descentralizada e de outro que quer a universidade como protagonista de desenvolvimento.
A primeira bandeira é defendida por Marco Aurélio Stefanes, que lidera a chapa “Por uma UFMS diferente”. Já a segunda proposta é de Marcelo Turine , que encabeça a chapa “Juntos somos UFMS”. No debate que acontece na manhã desta terça-feira (dia 2) em Campo Grande, os candidatos tiveram 10 minutos para apresentação. A instituição tem orçamento de R$ 593 milhões, quarta maior receita de Mato Grosso do Sul.
Marco Aurélio afirma que o foco é descentralização do poder, participação das unidades setoriais, retomada dos conselhos, redução de burocracia e melhoria na progressão funcional. “Não é a reitoria que deve determinar o que a universidade deve fazer”, diz o candidato, que se apresenta como oposição à atual reitora Célia Maria Silva Correa Oliveira.
Marcelo Turine propôs criar a reitoria itinerante, um gabinete digital que assegure transparência, investimento em comissão externa para analisar a graduação e melhoria no serviço de internet wi-fi.
“O objetivo é colocar a universidade como protagonista de desenvolvimento nacional e internacional. Melhorar a qualidade de ensino”, afirma Turine, que defendeu gestão com mérito, competência e austeridade. Ele nega ter ligação com a atual reitora, rechaçando o posto de candidato da situação. Porém, é visto assim por parcela do eleitorado.
Os eleitores, que lotaram o teatro Glauce Rocha, levaram faixas e acompanham o debate com aplausos e vaias, levando a interrupção por algumas vezes.
A assistente administrativa Olivia Gonçalves de Almeida apoia Marcelo Turine. “Escolhi pela experiência dele em administração, uma pessoa inovadora. Acho que ele é capaz de mudar a questão burocrática da faculdade, com rotina mais ágil”, diz a funcionária, que trabalha desde 1980 na UFMS.
O professor Moacir Lacerda declarou apoio a Marco Aurélio. “Não estou convencido de que o Turine consiga mudar alguma coisa na universidade. Quero uma administração diferente. Estamos com condição estressante para o professor”, afirma. Moacir é docente na instituição desde 2002 e vice-presidente da Adufms, associação que reúne os professores da universidade. Oficialmente, o sindicato não apoia nenhum dos candidatos.
De acordo com o Colégio Eleitoral da UFMS, estão aptos a votar 21,8 mil pessoas, entre acadêmicos, docentes e servidores. O voto dos professores tem peso de 75%, já de alunos, técnicos e administrativos tem peso de 15%. A eleição será na próxima quinta-feira (dia 4).
Como são apenas dois candidatos, será indicado um terceiro nome para formação de lista tríplice, encaminhada para definição do Ministério da Educação.