Com greves seguidas e sem material básico, limpeza é um drama na UFMS
Episódios repetidos de greve e falta de material básico tornam verdadeiro drama a limpeza da Cidade Universitária da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, onde estudam 9,1 mil dos 16 mil acadêmicos e atua a maioria dos 1,3 mil docentes e 3,2 mil servidores técnicos administrativos entre todos campi do Estado. No principal prédio da instituição, que tem orçamento de R$ 593 milhões para 2016, falta desde desinfetantes a papel higiênico nos banheiros.
“A prestadora de serviços Douraser, que há tempos vem falhando no pagamento de seus funcionários, remediado por intermédio da universidade, agora nos surpreende com a falta de material de limpeza e higiene, como papel higiênico e toalha, bem como limpeza em geral. Quando confrontados, dizem que a compra de material deve ser feita pela UFMS”, indigna-se o tecnólogo em redes de computadores e técnico em telecomunicações, Leopoldo Albigesi, que trabalha no campus.
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Em junho, trabalhadores da limpeza, sem receber os salários, mais uma vez cruzaram os braços, repetição de um episódio que ocorre pelo menos desde 2012. A UFMS informou que o pagamento já havia sido feito à prestadora de serviço, à Douraser, mas não foi repassado aos funcionários.
Acadêmicos chegaram a se mobilizar para fornecer cestas básicas aos trabalhadores, que passavam necessidade por falta de pagamento. Os funcionários estão de volta aos postos, mas faltam insumos básicos para a limpeza.
Na ocasião, a instituição informou, ainda, que 3ª Vara da Justiça do Trabalho em Campo Grande, encaminhou expediente à PRAD (Pró-Reitoria de Administração) determinando o bloqueio de 30% dos créditos da empresa Douraser junto à UFMS, referente ao mês de junho/16, em razão de ações trabalhistas vinculadas a outros contratos. Isto significa que não haverá o pagamento total diretamente à Contratada. Assim, parte dos valores devidos são depositados em juízo e ficam à disposição da justiça.
Até o fechamento desta reportagem, não houve posicionamento da UFMS sobre a falta de materiais. Também foi procurado o proprietário da Douraser, empresa com sede em Dourados, Messias José da Silva, mas não houve retorno.