"Dia D" oferece 217 vagas de trabalho a imigrantes e refugiados em Campo Grande
Ação conta com 30 empresas parceiras, que vão oferecer vagas a imigrantes e refugiados
Ação promovida pelo TRT-MS (Tribunal Regional do Trabalho de MS) e Funtrab (Fundação do Trabalho) está oferecendo vagas a imigrante e refugiados em Campo Grande, projeto que conta com parceria de 30 empresas em busca de profissionais para 217 vagas.
A ação está sendo feita no que hoje foi chamado como Dia D dos Imigrantes e Refugiados. Assim como vários municípios do País, Campo Grande recebeu vários imigrantes, principalmente, vindos do Haiti e Venezuela.
O diretor-presidente da Funtrab, Marcos Derzi, disse são vagas em várias áreas, como marceneiros, copeiros, auxiliares administrativos e serviços gerais, por exemplo.
Segundo Derzi, já existe compromisso de outro empresário, que irá ofertar, na próxima semana, mais 200 vagas no ramo da coleta seletiva. O projeto também prevê qualificar a mão de obra oferecida.
Hoje, cada guichê foi destinado a um empresário parceiro, que já faz a entrevista dos imigrantes já cadastrados na Funtrab. Os parceiros, como OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil), TRT, MPT (Ministério Público do Trabalho), PF (Polícia Federal) e Receita Federal prestam informações complementares, como sanar dúvidas acerca do contrato desses trabalhadores e regularização na entrada do País.
A presidente da comissão de Direitos dos Imigrantes e Refugiados da OAB/MS, Cristiane Viegas, está tirando dúvidas jurídicas sobre a legislação brasileira e os direitos trabalhistas para estes trabalhadores. “Eles têm receio de não receber salário justo, de não ter carteira assinada, chegam aqui sem conhecimento das leis e esse projeto é interessante para assegurar direitos”, disse.
O empresário Antônio Augusto era um dos parceiros e estava oferecendo três vagas para ajudante de carga e descarga. Esta manhã, uma delas deve ser fechada com trabalhador. “Segunda, ele vai na empresa para dar andamento no processo de contratação”.
Junel Ilora, da Associação dos Imigrantes Haitianos, falou sobre a dificuldade dos imigrantes e refugiados, que deixaram seus países de origem, fugindo da pobreza ou de guerras políticas. “Ao chegar aqui no Brasil, onde parou imigrante, quem foi falar com ele? São muitas perguntas, que só tem uma resposta, o sofrimento”, disse.
Ilora lembrou a própria história, de deixar o Haiti, que já foi devastado por terremoto e, mais recentemente, enfrenta grave crise política, depois da morte do presidente Jovenel Moïse, no dia 7 de julho. “Hoje, o Haiti está no chão”, lamentou.
“Mas, ao chegar aqui, no Brasil, na capital da Cidade Morena, o povo brasileiro me acolheu (...) estou longe da minha mãe, do meu pai, mas aqui, tenho outra família, aqui são vocês”. Ilora disse que iniciativas como a de hoje contribuem para o desenvolvimento e melhora de vida. “Tem refugiado fazendo entrevista de trabalho, com alegria e felicidade, isso aqui é dignidade”, disse.
O Dia D será das 8 às 11 horas e das 13 às 17 horas, na Funtrab, localizada na Rua Treze de Maio, 2773.