Governo garante aumento, mas já admite dificuldade de pagar em dia
Folha será fechada até 20 de julho e a administração vai decidir se parcela salários
Com o sinal amarelo aceso, o governo do Estado garante manter o reajuste de 2,94% para o funcionalismo público, mas, apesar do aparente contrassenso, já admite a possibilidade de parcelar os salários dos 73 mil servidores ativos e inativos.
A folha do próximo mês será fechada entre 18 e 20 de julho e, a partir do dinheiro disponível em caixa, a administração vai decidir se o pagamento será escalonado e o modelo. O custo da folha bruta é de R$ 480 milhões.
“Tudo pode acontecer. Não é um caso isolado, já acontece em 20 Estados da Nação. Estamos buscando o equilíbrio, mas são três anos de recessão. A insegurança política é muito grande, tudo que conversa em Brasília fica em stand by. Perdemos receita dos gás, o governo não repõe a Lei Kandir, a receita de ICMS diminuiu”, afirma o titular da SAD (Secretaria de Administração e Desburocratização), Carlos Alberto de Assis.
Segundo ele, a folha de junho, paga neste mês, foi fechada com muita dificuldade. “Vamos bater o que temos para pagar e o que temos no caixa. E temos que nos precaver a partir de setembro porque tem o reajuste de 2,94% que dá quase R$ 12 milhões”, diz Assis.
Sobre o fato de inflar a folha mesmo diante da possibilidade de parcelamento, ele afirma que o governo pode honrar com o reajuste se for mantido o atual cenário. “Não falamos que não vai pagar, mas que pode ter dificuldade em função do cenário econômico. A situação muda a cada dia, a cada delação”, afirma o secretário.
O alerta da administração estadual vem em meio à negociação salarial. Enquanto o governo oferece reajuste de 2,94%, os servidores farão manifestações e não descartam greve. “Estamos conversando com todos. Olho no olho e falando a verdade”, diz Assis.
Conforme o titular da SAD, o histórico de reajustes na gestão do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) teve que honrar com aumentos concedidos pelo antecessor André Puccinelli (PMDB).
Segundo ele, foram quase R$ 30 milhões a mais na folha de pagamento. Em maio de 2015, o reajuste foi de 7,9% para algumas categorias que não foram contempladas. “Em maio de 2016, foram de R$ 100 a R$ 250 de abono no salário de todos os servidores. E foram precisamente 15 mil promoções e 12 mil progressões”, afirma.