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Interior

"Achei que não ia aposentar nunca": ribeirinho chora ao conseguir benefício

Servidores estão prestando atendimentos para concessão de aposentadoria, pensão maternidade e por morte

Por Clara Farias | 19/06/2024 11:59

Oriundo do Baixo do Taquari, em Corumbá, a mais de 400 km de Campo Grande, o ribeirinho Hermilson de Andrade Almeida, 61, relata que foi até à Justiça Itinerante para conseguir aposentar. O homem estava desacreditado que poderia aposentar, e foi até a ação após insistência de sua esposa.

Hermilson vive da pequena criação de gado e plantação de mandioca e produção de farinha. "Eu vim pra ver a minha aposentadoria. Daqui até lá em casa, são três horas montado a cavalo. Graças a Deus, deu tudo certo, estou saindo daqui com os papeis da minha aposentadoria. Achei que não ia aposentar nunca", comentou ele.

A víuva, Ozita Castelo da Silva, contou que que conseguiu, na ação de hoje, a aposentadoria e a pensão por morte do esposo. O esposo, cuidava da plantação de laranja, mandioca e banana. Ela é mãe de oito filhos, e estava vivendo da doação dos filhos.

A iniciativa conta com o apoio e participação da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Ministério Público Federal, Procuradoria Federal/Advocacia-Geral da União/MS, Defensoria Pública da União, Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul, Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de MS e Prefeitura Municipal de Corumbá.

Ribeirinho Hermilson de Andrade Almeida, 61 anos, conseguiu aposentar em ação especial de Juizado (Foto: Acom/TRF3)
Ribeirinho Hermilson de Andrade Almeida, 61 anos, conseguiu aposentar em ação especial de Juizado (Foto: Acom/TRF3)

Juizado Especial Federal itinerante realiza atendimentos à população ribeirinha do Baixo Taquari, em Corumbá, a 219 km de Campo Grande, até sexta-feira (21). Nos dois primeiros dias de ação, foram feitas 60 audiências, com 78% de acordos e mais de R$ 180 mil reais expedidos em RPV (Requisição de Pequeno Valor).

A ação tem como objetivo facilitar o acesso da população aos serviços públicos. De acordo com a juíza Monique Marchioli Leite, a viagem até a região do Baixo Taquari foi dificultosa devido ao deslocamento. "Para a gente conseguir chegar até aqui foi difícil imagina para as pessoas que estão aqui nessa localidade", comentou Monique.

Ela ainda relata que os freteiros cobram R$ 250 de passagem para levar alguém até Corumbá, outros R$ 250 de passagem de volta e mais R$ 70 por caixa de mantimentos. "É uma população que está numa situação de invisibilidade extrema e com difícil acesso. Isso é o que motivou a gente a vir para essa região do Pantanal", finalizou a juíza.

Estão sendo prestados os serviços de concessão de benefícios previdenciários de aposentadoria rual por idade, pensão maternidade e pensão por morte.

O juiz federal Moisés Anderson comenta que os atendimentos têm sido emocionante. Após o atendimento de uma mulher, de 18 anos, que buscava receber o salário maternidade, todos os servidores vieram às lagrimas. "Ela disse que o dinheiro veio em boa hora, porque usaria R$ 6 mil para reformar o telhado do barraco, pois sempre que chove, a casa dela alaga", comentou.

Dona Ozita Castelo da Silva e filha na Justiça Itinerante (Foto: Acom/TRF3)
Dona Ozita Castelo da Silva e filha na Justiça Itinerante (Foto: Acom/TRF3)

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