Acusada de matar marido diz que amante desferiu facadas e “desovou” corpo
Bruno José Feliciano está sendo procurado pela polícia; ele e Mayra se conheceram no trabalho e tinham caso
Mayra de Lima Luna, 22, presa pelo assassinato do marido, o borracheiro Douglas Novaes Rocha, 27, acusou o amante de ter desferido os golpes de faca enquanto a vítima dormia e de ter “desovado” o corpo na margem da estrada de terra, onde foi encontrado na manhã de ontem (14).
O crime ocorreu em Dourados, a 233 km de Campo Grande. O amante, Bruno José Feliciano, está sendo procurado pela polícia. Ele e Mayra trabalharam juntos em uma indústria de abate de frangos. Douglas tinha descoberto o caso extraconjugal da mulher no dia 3 deste mês e contado a um amigo que havia decidido perdoar a mulher e “passar uma borracha” na história.
Segundo o inquérito policial ao qual o Campo Grande News teve acesso na tarde desta terça-feira (15), Mayra confessou ter planejado o assassinato do marido junto com o amante, mas diz que no momento em que o cúmplice esfaqueava Douglas, ela estava no quarto com o filho de 2 anos. Os outros dois filhos do casal, uma menina de 8 anos e o menino de 6, estavam com a avó materna.
A polícia, no entanto, não acredita nessa versão. Vestígios encontrados na residência do casal, onde Douglas foi morto, levantam suspeitas de que foi ela a autora das facadas enquanto o marido dormia. Só depois Mayra teria chamado Bruno, para ele ajudá-la a se livrar do corpo.
Os investigadores trabalham com a tese de que a mulher planejou a morte do marido. No depoimento que prestou ao delegado Erasmo Cubas, do SIG (Setor de Investigações Gerais), Mayra admite que queria matar Douglas.
Ela alegou ter sido agredida por ele no final do ano passado. Bruno teria visto os hematomas. Mayra contou ter dito ao amante que queria matar o marido. Bruno teria, então, dito que poderia “dar um jeito nisso”.
Morto dormindo – No domingo (13), ela avisou Bruno que poderia ser naquele dia, pois Douglas estava bebendo e quando bebia, ficava com sono e dormia fácil. Douglas tinha passado o domingo bebendo com o amigo e companheiro de trabalho, para quem tinha contado sobre o caso extraconjugal da esposa.
Mayra contou que por volta de 0h20 de segunda-feira, ligou para Bruno e avisou que Douglas dormia no sofá e que era a oportunidade para o crime. Quinze minutos depois, o amante chegou à casa, de bicicleta.
Mayra diz ter ouvido o marido gemendo enquanto era esfaqueado. Há divergência sobre o número de golpes. Inicialmente, a polícia informou que foram 7, depois, o boletim de ocorrência citou 11 e o inquérito fala em 9.
Depois das facadas, Bruno teria pegado o Fiat Palio de Douglas e levado o corpo até a margem da estrada, entre os bairros Guaicurus e Jóquei Clube. Ainda segundo o depoimento dela, em seguida, o amante voltou até a casa para devolver o veículo e ela o agradeceu por assassinar o pai de seus três filhos.
De manhã, Mayra contou ter ido até a casa de sua mãe e depois, até a casa da sogra para perguntar do marido. Na tentativa de encobrir o crime, ela chegou a ligar para o pai de Douglas para perguntar do rapaz e foi até a borracharia onde o marido trabalhava para perguntar se alguém sabia do paradeiro dele.
Bruno José Feliciano, o amante, já tem antecedentes criminais e segundo depoimento de sua mãe, ele ficou quatro meses preso em Ponta Porã por tráfico de drogas.