Afastado, ex-presidente diz que suplentes gastam demais com nomeações
Réu na Operação Atenas, Moacir Aparecido de Andrade acusa novos vereadores de aumentarem gastos em R$ 19 mil
Afastado do mandato após a Justiça acatar recurso do Ministério Público e transformá-lo em réu na ação penal da Operação Atenas, o ex-presidente da Câmara de Naviraí, Moacir Aparecido de Andrade (PTdoB), acusou os novos vereadores de aumentarem os gastos do Legislativo para atender “pessoas de seus esquemas políticos”. Em nota distribuída por sua assessoria de imprensa, Andrade afirma que os suplentes empossados após o afastamento dos vereadores acusados de corrupção aumentaram os gastos da Câmara em R$ 19 mil por mês.
Segundo o vereador, que era vice-presidente de Cícero dos Santos, o Cicinho, e assumiu a presidência após a prisão do titular do cargo, sete novos vereadores passaram a exigir a contratação de pessoas ligadas aos seus esquemas políticos, “para honrar compromissos de campanha”. Andrade é citado nas gravações feitas pela Polícia Federal e foi transformado em réu por organização criminosa, assim como outros quatro legisladores afastados na semana passada.
Moacir Andrade afirmou que os substitutos, após conquistarem a titularidade dos cargos com a renúncia e cassação de cinco vereadores, passaram a indicar nomes para os cargos que ficaram vagos com a demissão dos antigos assessores e a exigir dele a imediata nomeação de seus assistentes parlamentares.
“Analisamos juridicamente essas exigências e como existem estes cargos de assessoria no organograma da Câmara e como o Regimento Interno permite, acabamos por autorizar o Departamento de Recursos Humanos a fazer as contratações”, explica Andrade. Diante de reclamações de moradores, feitas principalmente em redes sociais, o ex-presidente coloca a culpa nos novatos.
Segundo sua assessoria, o vereador Antônio Carlos Klein (PDT) indicou um assessor com salário de R$ 1.750, o vereador Jaime Dutra (também afastado na semana passada) indicou a contratação de mais uma assessora com custo de R$ 1.500 e Luiz Ávila Junior (PT) contratou mais dois assessores, sendo um com salário de R$ 2.000 e outro ganhando R$ 1.500.
Ainda conforme a assessoria de Moacir Andrade, o vereador Deoclécio Ricardo Zeni contratou dois assessores, cada uma com salários de R$ 1.750 e o vereador Donizete Nogueira teve dois assessores de sua indicação contratados com salários de R$ 2.000 e 1.500. Da mesma forma o vereador Dejalma Marques tem dois assessores contratados por sua indicação, com salários de R$ 2.000 e 1.500, e o vereador Luiz Carlos Garcia pediu a contratação de dois assessores, cada um com salários de R$ 1.750,00.
“Portanto são 12 assessores nomeados por indicação dos vereadores recém empossados. Estes funcionários de gabinetes estão gerando um custo de R$ 19 mil por mês de recursos da Câmara, porém, são pagos com impostos recolhidos do povo. Nenhuma destas contratações foram por interesse da presidência da Câmara e apenas ocorreram na época em que estivemos à frente do Legislativo para atender as exigências e até algumas ‘pressões’ dos vereadores que tinham este direito”, afirmou Andrade.