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Interior

Após 21 anos, três são condenados por decapitar preso em rebelião

Responsáveis pelo motim passaram por julgamento esta semana e ao todo foram sentenciados a 96 anos de prisão

Por Ana Paula Chuva | 09/11/2023 12:47
Corpo de Izalino foi colocado em uma carrinho de mão e coberto por um lençol (Foto: Reprodução)
Corpo de Izalino foi colocado em uma carrinho de mão e coberto por um lençol (Foto: Reprodução)

Três homens foram condenados por decapitar Izalino Alves durante rebelião no Estabelecimento Penal de Paranaíba. O motim aconteceu em fevereiro de 2002 e durou 25 horas. Um outro detento, identificado como Fábio Antônio Alves, teve 70% do corpo queimado e várias partes do presídio foram depredadas.

Os responsáveis por decapitar o colega de cela, identificados como Eliezer Vieira Povoas, Rogério de Oliveira Figueira e Wilson Silva Corte, foram denunciados pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) em maio de 2007.

No documento, o órgão relata que por volta das 17 horas do dia 10 de fevereiro daquele ano, após o fim do horário de visita, os três homens e mais oito internos deram início ao motim perturbando “a ordem e a disciplina da prisão”. Eliezer e mais um detento dominaram um agente penitenciário com o uso de uma faca artesanal.

Outros quatro internos também estavam com facas artesanais e tentaram dominar outro agente penitenciário, que conseguiu escapar e recebeu cobertura de um policial militar armado para sair do local.

Depois disso, os 11 presos se juntaram com outros detentos, que não foram identificados, e passaram a danificar o presídio quebrando diversos móveis, janelas, portas e ateando fogo em colchões. Além disso, as instalações elétricas e hidráulicas do estabelecimento penal também foram destruídas, deixando um prejuízo de R$ 150 mil ao Estado.

Presos rebelados dentro do pátio do presídio em fevereiro de 2002 (Foto: Reprodução)
Presos rebelados dentro do pátio do presídio em fevereiro de 2002 (Foto: Reprodução)

No mesmo dia, os internos mantiveram um agente penitenciário e outros oito presos trancados em uma cela. Em seguida, colocaram fogo em colchões na saída da unidade e jogaram Fábio nas chamas. Ele sofreu diversas queimaduras e ficou mais de 30 dias internado com risco de morte.

Já na madrugada do dia 11 de fevereiro, Eliezer, Rogério e Wilson mataram Izalino. Segundo o MPMS, o homicídio foi praticado por motivo torpe já que “o propósito do grupo era exibir a cabeça da vítima às autoridades que negociavam o fim do motim, numa espécie de demonstração de força”.

Na última terça-feira (7), o trio passou por julgamento na Vara Criminal de Paranaíba e durante a sessão foram condenados pelo homicídio qualificado por motivo torpe e meio cruel. Eliezer foi sentenciado a 36 anos de prisão, Rogério a 32 anos e Wilson a 28 anos. Todos em regime fechado e sem benefícios substitutivos.

A sentença é assinada pelo juiz Edimilson Barbosa Ávila, que deixou ainda registrado que outros sete envolvidos no motim tiveram a punibilidade extinta ou foram impronunciados e o oitavo morreu antes da denúncia.

Celas foram depredadas durante a rebelião (Foto: Reprodução)
Celas foram depredadas durante a rebelião (Foto: Reprodução)

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