Após ataque a índios, Força Nacional permanece em MS por mais 3 meses
Autorização foi dada pelo Ministério da Justiça, em atendimento a ofício do governador André Puccinelli
A Força Nacional de Segurança vai permanecer na região de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai por pelo menos mais 90 dias. É o que prevê decreto do ministro da Justiça, de sexta-feira (dia 25), José Eduardo Cardozo, determinando a presença da força no Estado.
O documento afirma que esse prazo pode ser prorrogado e informa que o pedido para permanência da Força Nacional de Segurança no estado foi feito pelo governador André Puccinelli, no dia 21 de novembro, três dias após o acampamento indígena Guaiviry, em Aral Moreira, ser atacado por pistoleiros.
Desde então, um dos líderes espirituais da comunidade, Nisio Gomes, está desaparecido. A Polícia Federal investiga se ele foi executado, como afirmam os índios guarani-kaiowá.
Conforme o decreto do Ministério da Justiça, o ofício pedindo a permanência da Força Nacional de Segurança, afirma que o apoio do grupo é para garantir a manutenção da ordem pública, em especial nas localidades próximas à fronteira do Paraguai.
Com caráter “episódio e planejado”, as ações serão desenvolvidas, segundo o decreto, em apoio a Sejusp (Scretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública). O texto afirma que os policiais da Força Nacional vão atuar no combate à criminalidade, principalmente nas áreas fronteiriças, “bem como apoio operacional e prontidão para ação imediata nos casos em que forem detectadas práticas criminosas nas regiões de fronteira do Estado do Mato Grosso do Sul, sob as seguintes orientações:
O número de policiais a ser disponibilizado obedecerá ao planejamento definido pelos participantes na operação, no caso Sejusp e Ministério da Justiça.
Na semana passada, quando uma comitiva da Secretaria dos Direitos Humanos visitou o acampamento atacado, foi informado que ele seria mantido sob proteção dos homens da Força Nacional de Segurança, que fariam rondas na região, para evitar novos ataques.
No dia seguinte, foi firmado um acordo entre os donos da fazenda onde estão, a Nova Aurora, permitindo a presença dos índios e assegurando o trabalho na lavoura dos funcionários da propriedade.