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Interior

Assessores e empresário acusados de corrupção são levados para a PED

Secretário de Fazenda, diretor de licitação e dono de empresa terceirizada vão ficar presos em penitenciária e vereadora permanece em cela na 1ª Delegacia de Polícia de Dourados

Helio de Freitas, de Dourados | 31/10/2018 18:26
João Fava Neto (segurando colchonete) e Messias da Silva (travesseiro embaixo do braço) quando eram levados para a PED (Foto: Adilson Domingos)
João Fava Neto (segurando colchonete) e Messias da Silva (travesseiro embaixo do braço) quando eram levados para a PED (Foto: Adilson Domingos)

Três dos quatro presos nesta quarta-feira (31) na Operação Pregão do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, foram levados há pouco da 1ª Delegacia de Polícia Civil para a PED (Penitenciária de Dourados). Eles são acusados de integrar uma organização criminosa acusada de fraudar licitações, dispensa indevida de licitação e falsificação de documentos para desviar recursos públicos.

O secretário municipal de Fazenda João Fava Neto, o diretor do Departamento de Licitação da prefeitura Anilton Garcia de Souza e o empresário Messias José da Silva, dono da Douraser Prestadora de Serviços deixaram a delegacia carregando travesseiros, colchonetes e garrafas de água.

Sem algemas, eles caminharam da delegacia até o outro lado da rua, onde foram colocados nos assentos de uma viatura da Polícia Civil e levados para o presídio. Roupas, colchonetes e travesseiros foram colocados na gaiola, onde normalmente são transportadas pessoas presas.

A vereadora e ex-secretária de Educação Denize Portolan de Moura Martins (PR) vai permanecer em uma cela da 1ª Delegacia de Polícia. Como o mandado de prisão deles é preventivo, ela pode ser transferida nos próximos dias para um presídio feminino em outra cidade de MS, já que Dourados não tem cadeia exclusiva para mulheres.

Sogro de um do deputado estadual eleito Neno Razuk (PTB), João Fava Neto é homem de confiança da prefeita Délia Razuk (PR). O MP não detalhou as acusações, mas o Campo Grande News apurou que as irregularidades envolvem desvio de dinheiro público através do superfaturamento de serviços prestados pelas empresas.

O empresário Messias José da Silva é dono da Douraser Prestadora de Serviços de Limpeza e Conservação, contratada na atual administração para prestar vários serviços à prefeitura. De janeiro até o mês passado, a Douraser já tinha embolsado quase R$ 7 milhões do cofre público municipal.

O contrato mais recente com a Douraser foi firmado em setembro deste ano, por R$ 1,9 milhão através de dispensa de licitação, para fazer limpeza nas escolas municipais.

Outra empresa investigada no esquema é a Energia Engenharia Serviços e Manutenções Ltda. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na sede da empresa na Avenida Presidente Vargas e na casa do dono, Pedro Brum Vasconcelos Oliveira.

A Energia foi contratada em 2017 pela prefeitura por R$ 1,9 milhão para fornecer 97 merendeiras para trabalhar em escolas e centros de educação infantil do município. Denize Portolann era secretária de Educação quando o contrato foi assinado.

Ao todo foram cumpridos os quatro mandados de prisão e 16 mandados de busca e apreensão, expedidos pelos Juízes Luiz Alberto de Moura Filho e César de Souza Lima, da 1ª Vara Criminal de Dourados.

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