Brasil mantém fronteiras fechadas e “esfria” reabertura do lado paraguaio
País vizinho espera novo acordo para retomar entrada de brasileiros em cidades fronteiriças
O governo do Brasil jogou “balde de água fria” nos planos do Paraguai de reabrir suas fronteiras para entrada de turistas brasileiros. Portaria da Casa Civil publicada no Diário Oficial da União prorroga por mais 30 dias a restrição à entrada de estrangeiros, que venceria amanhã (26).
Nesta semana, o Paraguai anunciou acordo com o governo brasileiro para permitir a entrada controlada de brasileiros em quatro centros comerciais fronteiriços, dois deles na Linha Internacional com Mato Grosso do Sul – Salto del Guairá e Pedro Juan Caballero.
As outras duas cidades em que a fronteira será reaberta aos brasileiros são Ciudad del Este, ligada a Foz do Iguaçu (PR) pela Ponte da Amizade, e Encarnación, na fronteira com a Argentina.
Nesta sexta-feira (25), o prefeito de Ciudad del Este Miguel Prieto lamentou a decisão do governo brasileiro e disse que vai continuar trabalhando com o protocolo de reabertura. “Chegou a hora de reabrir a fronteira”, afirmou ele em entrevista à rádio Monumental 1080 AM.
Ao Campo Grande News, o presidente da Câmara de Comércio de Pedro Juan Caballero, Victor Hugo Barreto, disse que o momento é de indefinição, mas os comerciantes fronteiriços esperam que o governo paraguaio mantenha a decisão.
“Em nosso entendimento, o decreto do Brasil não afeta as cidades-gêmeas [como é o caso de Pedro Juan Caballero e Ponta Porã]. Vamos lutar para que o governo paraguaio mantenha essa flexibilização”, afirmou o empresário.
O ministro Federico González, assessor internacional do presidente paraguaio Mario Abdo Benítez, disse ao jornal ABC Color que a decisão do Brasil de prorrogar até 26 de outubro o fechamento de suas fronteiras, não afeta os planos de reabertura por parte do Paraguai.
Segundo ele, a portaria do governo Bolsonaro tem várias exceções, uma delas beneficia moradores de cidades limítrofes. Entretanto, segundo ele, a reabertura será anunciada após encontro entre os presidentes Abdo Benítez e Jair Bolsonaro, em data ainda não definida.