Brasileiro que arrastou policial comanda desmanches na fronteira
Waldemar Pereira Rivas, o Cachorrão, foi preso em 2016 acusado de vender peças de carros roubados em Pedro Juan Caballero
Waldemar Pereira Rivas, 36, o "Cachorrão", está sendo procurado por policiais paraguaios após arrastar um investigador da Polícia Nacional, na tarde de ontem (22), em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande.
Ele é apontado como o chefe do esquema de desmanche de carros roubados na fronteira e chegou a ser preso em 2016, mas não ficou muito tempo na cadeia.
Na tarde deste domingo, o brasileiro se irritou ao ser abordado por uma equipe do Departamento de Investigação Criminal e não quis descer do carro, um utilitário Jipe branco.
Um agente que tentava convencer Waldemar a descer do veículo chegou a ser arrastado por alguns metros, depois desistiu e o brasileiro fugiu. Imagens gravadas pelos moradores mostram o policial sendo obrigado a correr para acompanhar o carro em movimento, como mostra o vídeo abaixo.
Os investigadores solicitaram reforço dos uniformizados, como são chamados os membros da Polícia Nacional que usam farda e fazem trabalho semelhante ao da Polícia Militar no Brasil.
Só que esses policiais não interferiram e ficaram só assistindo à tentativa dos investigadores de prender Cachorrão. Fontes ouvidas pelo Campo Grande News revelam que muitos policiais paraguaios recebem propina de criminosos na fronteira.
“Os uniformizados foram chamados para ajudar, mas quando chegaram viram que era um ‘patrão’, aí não interferiram e deixaram os investigadores sozinhos”, contou a fonte.
A omissão de alguns policiais provocou uma crise entre o comando da Polícia Nacional no Departamento de Amambay. Nesta segunda-feira, várias equipes fazem buscas para tentar localizar o brasileiro.
Preso – Em outubro de 2016, Waldemar Rivas foi preso por ordem do promotor de Justiça Samuel Valdez após uma operação chefiada pelo Ministério Público encontrar 14 veículos de origem brasileira sendo desmontados na empresa dele, a Cachorrão Auto Peças Usadas. Ele não tinha a documentação dos carros.
Segundo autoridades paraguaias, muitos carros roubados no território brasileiro são levados para Pedro Juan Caballero e desmanchados na empresa de Cachorrão. Depois as peças são vendidas a compradores paraguaios e brasileiros.
Em março de 2013, Cachorrão escapou de um atentado a tiros em Pedro Juan Caballero. Pistoleiros em uma moto dispararam dez tiros de pistola 9 milímetros na direção dele e cinco o atingiram. Levado para uma clínica particular, ficou vários dias internado e saiu sem grandes sequelas.