Caminhoneiro foi enforcado e espancado até a morte pelo sobrinho-neto
Crime ocorreu no dia 31 de março e denúncia do MP foi aceita nesta semana pela Justiça
O caminhoneiro Veríssimo Coelho dos Santos, 61, encontrado morto dentro de sua caminhonete Silverado na manhã de 1º deste mês em Dourados (a 233 km de Campo Grande) foi enforcado com uma corda, sufocado com a capa de sofá e depois espancado com uma barra de ferro pelo sobrinho-neto Sauro Henrique Teixeira da Silva, 28.
Já morto, Veríssimo foi colocado no banco do carona da caminhonete e levado até uma rua sem saída nos fundos de um condomínio fechado na região sul da cidade.
Antes de abandonar o corpo do parente, de quem era sócio nos negócios de frete, Sauro mandou o cúmplice Gustavo Rodrigues de Souza, 19, o “Gustavo Guerreiro”, descarregar a pistola 380 na direção da caminhonete e do cadáver.
Gustavo disparou 18 tiros. Logo em seguida os dois entraram na picape Strada de Sauro e deixaram o local para esconder a arma e se livrarem das provas do crime – a corda, a barra de ferro e a calça usada por Sauro, suja de sangue.
Os detalhes fazem parte do interrogatório de Gustavo Guerreiro, anexado ao inquérito conduzido pelo delegado Erasmo Cubas, do SIG (Setor de Investigações Gerais).
Com base no resultado das investigações, o Ministério Público denunciou por homicídio qualificado Sauro Teixeira, Gustavo Guerreiro e Miguel Sérgio Ovando, 52.
Acusado de levar Gustavo ao local do crime, Miguel estava com a prisão decretada e se apresentou na segunda-feira (19). Ele se manteve em silêncio.
Gustavo disse que Miguel era caseiro na chácara de Sauro, onde Veríssimo foi morto. A defesa dele afirma que Miguel apenas criava galinhas na propriedade e cuidava dos cachorros quando o proprietário viajava.
O crime – Gustavo Guerreiro contou que duas semanas antes do crime, Sauro comprou a pistola e pediu que ele escondesse em casa. Segundo o depoimento, Sauro já planejava matar o tio-avô por desentendimentos relacionados a negócios.
Veríssimo estaria pressionando Sauro para que ele aceitasse transportar drogas na carreta bitrem que o caminhoneiro havia passado para o nome do sobrinho, meses antes. A polícia suspeita que Sauro tenha planejado matar o parente para ficar com a carreta. Ele nega e diz ter pago R$ 280 mil no veículo, mas não há registro da venda, tampouco comprovante de pagamento.
No depoimento, Gustavo disse que na noite de 31 de março, Sauro mandou mensagem mandando que fosse até a chácara com a pistola. Gustavo disse ter ignorado a mensagem, mas Sauro teria mandado Miguel de carro até a casa dele para levá-lo.
Gustavo disse que ao chegar na chácara encontrou Veríssimo agonizando. Em seguida, a vítima começou a acordar e foi agredida na cabeça com a barra de ferro. O caminhoneiro desmaiou, mas acordou minutos depois e foi sufocado por Sauro com a capa do sofá.
Antes de ser colocado no banco da caminhonete, Veríssimo acordou de novo e mais uma vez foi golpeado pelo sobrinho usando a barra de ferro. Quando chegaram ao local onde a Silverado foi abandonada, Veríssimo já estava morto, segundo Gustavo. Os três acusados estão presos. Como a denúncia foi aceita, eles passam a ser réus por homicídio qualificado.