Carreta com milho levava quase R$ 30 milhões em cocaína de MS para SP
Carga de 457 quilos foi interceptada pela PRF na noite desta terça-feira no perímetro urbano de Caarapó
Quase meia tonelada de cocaína pura foi apreendida por policiais rodoviários federais na noite desta terça-feira (6) no perímetro urbano de Caarapó, cidade a 274 km de Campo Grande. A carga, de 457 quilos, é avaliada em pelo menos R$ 30 milhões, levando em conta o preço em São Paulo, onde cada quilo é entregue por no mínimo R$ 60 mil.
A apreensão foi feita por policiais da delegacia da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Dourados. A cocaína estava em meio a 31 toneladas de milho a granel transportadas por uma carreta Iveco, com placa de Dourados.
A carreta era conduzida por Carlos Messias, 55, morador em São Paulo. Ao ser abordado, ele apresentou nota fiscal da carga de milho, que foi carregada em Caarapó e seria levada para Maringá (PR). Com a descoberta da cocaína, Messias confessou ter sido contratado por R$ 40 mil para levar a droga até São Paulo.
O caminhoneiro disse que pegou a cocaína na região de Paranhos, na fronteira com o Paraguai, e depois carregou o milho em Caarapó. Após deixar a carga lícita no Paraná, seguiria viagem até São Paulo, para entregar a cocaína.
Segundo o inspetor Waldir Brasil, chefe da delegacia da PRF em Dourados, a apreensão ocorreu no âmbito da Operação Verde e Amarelo, desencadeada nas últimas 24 horas na região de fronteira com apoio de equipes da Polícia Rodoviária Federal em Três Lagoas.
Além dessa carga de cocaína, a operação já apreendeu 39 quilos da mesma droga ontem em Ivinhema, 2,4 toneladas de maconha, munições e carregador de pistola 9 milímetros em caminhão-baú abordado na BR-463 em Ponta Porã e outro caminhão com maconha, interceptado na manhã de hoje. “O trabalho de inteligência tem sido fundamental para alicerçar nossa atuação”, afirmou.
Cartel – Fato que chamou a atenção na apreensão feita em Caarapó é o adesivo colado em alguns tabletes de cocaína, com a imagem de uma coroa e as palavras em inglês “King of the South” (Rei do Sul).
Segundo a polícia, nomes e imagens são usados para identificar o fornecedor da droga. A marca “King of the South” ainda não tinha sido encontrada na região, o que pode ser sinal de novo fornecedor atuando na fronteira.
Outro indicativo ligando a carga às facções presentes na linha internacional é que a carreta está registrada em nome do motorista, estratégia usada para tentar dificultar a fiscalização. O veículo foi documentado em Dourados, mas Carlos Messias mora em São Paulo. Ele foi levado com a droga para a Polícia Federal.