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Interior

Chapa impugnada divulga carta em protesto a sindicato de professores

Helio de Freitas, de Dourados | 20/10/2014 21:38
João Vanderley Azevedo é o atual presidente do Simted; por enquanto eleição só tem a chapa de situação homologada (Foto: Eliel Oliveira)
João Vanderley Azevedo é o atual presidente do Simted; por enquanto eleição só tem a chapa de situação homologada (Foto: Eliel Oliveira)

A eleição no Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) de Dourados, a 233 km de Campo Grande, se transformou numa briga política interna na entidade que tem 1.780 filiados. Três chapas se inscreveram para a disputa, que acontece em novembro, mas duas foram impugnadas pela comissão eleitoral e a única chapa homologada é a que tem a atual vice-presidente Gleice Jane Barbosa como candidata a presidente.

Na semana passada a comissão responsável em conduzir a eleição rejeitou o recurso impetrado pela chapa “Democracia, Ética e Luta”, encabeçada pelo professor Rafael Spessoto. Conforme ata divulgada no site da entidade, a comissão alega que um dos membros da chapa de Spessoto ocupa cargo de confiança na prefeitura de Dourados, situação que contraria o estatuto do sindicato.

Nesta segunda-feira, a chapa Democracia, Ética e Luta começou a distribuir nas escolas da cidade uma carta acusando a comissão eleitoral do Simted de truculência e de impedir a participação de uma candidatura concorrente. Gleice Barbosa tem apoio do atual presidente, João Vanderley Azevedo.

“Sempre dizemos que não se deve coibir a participação de todos nos processos de escolha dos seus representantes. Porém, estamos vivenciando um momento em que a democracia e o poder de escolha estão sendo negados à nossa categoria, por decisão intransigente de uma comissão eleitoral tendenciosa. Estamos estarrecidos e, ao mesmo tempo, indignados pela forma manipuladora que a nossa chapa foi impugnada. Não podemos nos calar diante de tamanha truculência da comissão eleitoral que tanto fez que culminou em manter apenas a chapa da situação”, afirma a carta distribuída nas escolas da cidade.

A chapa de Rafael Spessoto reclama que o sindicato contrariou o estatuto ao negar o direito de indicar um representante para a comissão eleitoral e denuncia que o presidente da comissão é cunhado de um dos membros da chapa de Gleice Jane. O grupo de oposição também questiona o argumento usado pela comissão eleitoral para a impugnação e diz que o integrante apontado como ocupante de cargo de confiança na prefeitura tem apenas uma função gratificada especial. “A comissão não usou do mesmo princípio na situação do professor Juliano, candidato a vice-presidente na chapa da situação, que ocupa cargo nomeado por ato da secretária de Educação [ele é vice-diretor de uma escola municipal]. A comissão eleitoral tendenciosa deixou passar despercebido”, afirma a carta.

A chapa impugnada alega que a intenção de participar da eleição do Simted é para oferecer aos professores uma opção de “gestão mais participativa, de diálogo, transparência”. Encerra a carta pedindo o direito de participar da disputa: “esperamos que nos seja dado o direito de participar do processo eleitoral, pois não podemos pregar a democracia para nossos alunos e comunidade e vermos alicerçada (...) a democracia por truculência dentro do nosso sindicato, que deveria ser o maior exemplo da democracia para a sociedade”.

O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de imprensa do Simted e encaminhou a carta ao e-mail do assessor, pedindo uma posição do presidente da entidade sobre as denúncias da chapa de oposição. Algum tempo depois foi feito novo contato com o assessor, mas até às 16h30 João Vanderley não havia se manifestado.

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