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Interior

Chefes do contrabando de cigarro são levados para audiência de custódia

Entre os sete presos levados para Justiça Federal estão Ângelo Guimarães Ballerini, o irmão dele conhecido como Lupa, Valdenir Pereira dos Santos e um quarto líder da quadrilha

Helio de Freitas, de Dourados | 24/09/2018 15:28
Presos deixam presídio de Ponta Porã escoltados pela Polícia Federal (Foto: Reprodução)
Presos deixam presídio de Ponta Porã escoltados pela Polícia Federal (Foto: Reprodução)

Sete presos na Operação Nepsis, deflagrada sábado (22) para desmantelar uma poderosa organização de contrabandistas de cigarro paraguaio, foram levados nesta tarde para audiência de custódia na Justiça Federal em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande.

Entre os presos estão os quatro líderes do esquema responsável por um prejuízo bilionário aos cofres públicos com a sonegação de impostos da venda de cigarro contrabandeado.

Um deles é Ângelo Guimarães Ballerini, o Alemão, chefão da quadrilha formada também por seis policiais rodoviários federais, quatro policiais militares e dois policiais civis, também presos.

O irmão de Alemão, conhecido como Lupa, também foi conduzido da Unidade Penal Ricardo Brandão, para a Justiça Federal. No grupo também está Valdenir Pereira dos Santos, o “Perna”, outro líder da quadrilha. Vídeo abaixo mostra os presos sendo levados do presídio para a Justiça Federal.

O advogado José Augusto Marcondes de Moura Junior, que advoga também para Alemão, disse hoje ao Campo Grande News que Valdenir foi preso preso na casa dele, no bairro do Morumbi, em São Paulo. Entretanto, um policial que participa da operação disse que “Perna” foi preso no pesqueiro do sócio Alemão, em Eldorado (MS).

A identidade do quarto líder da quadrilha ainda é desconhecida, já que oficialmente nenhum nome foi divulgado. O inquérito está em segredo de Justiça. Esse acusado foi preso junto com Alemão, em um resort em Maceió (AL).

Dos 43 contrabandistas de cigarros alvos da Nepsis, 11 ainda não foram localizados. Um deles é Carlos Alexandre Gouveia, também cliente de José Augusto. As equipes continuam em diligências para localizar os suspeitos, cujos nomes não foram informados.

Todos os envolvidos presos no sábado foram transferidos da delegacia da PF na cidade, onde as prisões tinham sido concentradas, para Ponta Porã e Campo Grande.

Após a audiência de custódia na Justiça Federal, encerrada na noite de sábado, os policiais presos – seis PRFs lotados em Bataguassu, dois policiais militares (dois já estavam presos) e dois agentes da Polícia Civil – foram levados para Campo Grande, entre eles o cabo da PM Joacir Ratier de Souza, 44, lotado no 3º Batalhão em Dourados.

A operação – Os quatro líderes presos no sábado já tinham sido alvos da Operação Marco 334, em 2011. Na época, o grupo conseguiu fugiu para o Paraguai, mas continuou atuando, segundo a PF. Em julho deste ano, o crime foi prescrito e eles voltaram a dar as caras publicamente. O casamento de Alemão foi oportunidade única para prendê-los, também destacou a polícia.

José Augusto de Moura Junior, defensor de Alemão, Carlos Gouveia e Valdenir ressalta que antes dos crimes dos quais os clientes foram acusados após a Operação Marco 334, as penas haviam sido reduzidas.

“A prescrição aconteceu diante da redução sensível da pena, porque houve um equívoco nos julgamentos e o erro foi corrigido no STJ (Superior Tribunal de Justiça)”, afirmou.

Conforme a investigação, o esquema em mercadorias contrabandeadas causou prejuízo de R$ 1,5 bilhão para os cofres públicos. Estima-se que no ano passado os envolvidos tenham sido responsáveis pelo encaminhamento de ao menos 1.200 carretas carregadas com cigarros contrabandeados às regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

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