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Interior

Preso, chefe do contrabando teria lua de mel com travesseiro personalizado

Ângelo Guimarães Ballerini, o Alemão, estava hospedado com outros dois sócios do esquema criminoso; lua de mel teria até travesseiros personalizados com nome dos noivos

Helio de Freitas, de Dourados | 22/09/2018 18:29
Ângelo Ballerini com a noiva em festa na fronteira; ao lado sorrindo está Fábio Costa, o Pingo, ex-PM também suspeito de ligação com a máfia do cigarro (Foto: Reprodução)
Ângelo Ballerini com a noiva em festa na fronteira; ao lado sorrindo está Fábio Costa, o Pingo, ex-PM também suspeito de ligação com a máfia do cigarro (Foto: Reprodução)
Travesseiros personalizados com os nomes dos noivos para a lua de mel (Foto: Direto das Ruas)
Travesseiros personalizados com os nomes dos noivos para a lua de mel (Foto: Direto das Ruas)

O chefão da poderosa quadrilha de contrabando de cigarro paraguaio desmantelada hoje (22) pela Operação Nepsis, desencadeada pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) e Polícia Federal, foi preso no Jatiúca Hotel Resort, em Maceió, lugar com diária de mais de R$ 600 e conhecido com um dos dez melhores resorts de Alagoas.

O Campo Grande News apurou que Ângelo Guimarães Ballerini, o Alemão, conhecido contrabandista de cigarros da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, era o noivo que se casaria na tarde deste sábado num “festão” que reuniria entre os convidados dois sócios do esquema criminoso, também presos.

A lua de mel no resort “pé na areia” localizado na praia de Jatiúca teria direito até a travesseiros personalizados com os nomes dos noivos, como mostra foto obtida pelo Campo Grande News.

Citado em outras operações que investigaram a máfia do cigarro em Mato Grosso do Sul, Alemão mora em Salto Del Guaiá, cidade paraguaia ao lado da fronteira, a 15 km de Mundo Novo e uma das bases do crime organizado na Linha Internacional.

Na foto em que aparece ao lado da noiva, Alemão estava em uma festa em Salto Del Guairá junto com o ex-policial militar Fábio Costa, conhecido como “Pingo” e “Japonês”, também alvo da Operação Nepsis, mas que não foi preso porque está escondido do lado paraguaio.

No dia 26 de julho deste ano, o filho de Fábio Costa, João Victor Richena Costa, 17, foi morto com pelo menos 30 tiros quando chegava na casa do pai em um condomínio fechado em Salto Del Guairá.

Assim como o cabo Joacir Ratier de Souza, 44, outro policial militar preso na operação de hoje em Dourados, Fábio Costa tinha sido preso em 2011 na Operação Marco 334, deflagrada pela Polícia Federal para desarticular uma quadrilha de contrabandistas de cigarro.

O delegado da Polícia Federal Felipe Vianna disse hoje que os quatro líderes já tinham sido alvos da Operação Marco 334 em 2011. Na época, o grupo conseguiu escapar e fugir para o Paraguai, mas continuou atuando. Em julho deste ano, o crime foi prescrito e eles voltaram a dar as caras publicamente. "O casamento surgiu como oportunidade única para prendê-los".

Conforme a investigação, o esquema em mercadorias contrabandeadas já causou prejuízo de R$ 1,5 bilhão para os cofres públicos. Estima-se que, no ano passado, segundo a PF, os envolvidos tenham sido responsáveis pelo encaminhamento de ao menos 1.200 carretas carregadas com cigarros contrabandeados às regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

Transferidos – Todos os presos na operação deste sábado estão sendo levados para Campo Grande. O comboio com os presos em Dourados seguiu há pouco para o aeroporto municipal.

Dos seis policiais rodoviários federais presos em Bataguassu, três já foram embarcados para a Capital como mostra vídeo abaixo e os demais vão ainda hoje.

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