Líderes de facção alvo da PF passarão por audiência em Ponta Porã
Além de Ângelo Guimarães Ballerini, conhecido como Alemão, Carlos Ballerini, conhecido como Lupa, e Valdenir Pereira dos Santos também foram presos pela Operação Nepsis horas antes de casamento em resort
Além de Ângelo Guimarães Ballerini, conhecido como Alemão, um irmão dele, Carlos Ballerini, conhecido como Lupa, e Valdenir Pereira dos Santos também foram presos pela Operação Nepsis. Alemão é apontado como líder de quadrilha de “narcocigarreiros” que atua na fronteira de Mato Grosso do Sul e os outros dois também tinham funções de comando no esquema, conforme as investigações da PF (Polícia Federal).
Os dois primeiros foram presos no Jatiúca Hotel Resort, em Maceió (AL), nesse sábado (22), e estão em Ponta Porã, onde passarão por audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (24). No hotel, aconteceria a festa de casamento de Ângelo, nas tarde do mesmo dia que foi preso. Uma terceira pessoa foi presa no local.
Já Valdenir foi preso na casa dele, no bairro do Morumbi, em São Paulo, segundo José Augusto Marcondes de Moura Junior, que advoga também para Alemão
O defensor vai acompanhar as audiências. Em entrevista ao Campo Grande News, ele não quis dar detalhes sobre a defesa e também não detalhou se os clientes são alvos dos mandados de prisão preventiva (por tempo indeterminado) ou temporária (que têm prazo de 5 dias).
Ele disse apenas que os presos estão bem e que vai se inteirar do conteúdo da investigação antes que dar mais informações.
Um quarto homem, também apontado como liderança do bando, foi preso em seu pesqueiro, no município de Eldorado, região sul de Mato Grosso do Sul.
Outros presos - Dos 43 contrabandistas de cigarros alvos da Nepsis, 11 ainda não foram localizados. Um deles é Carlos Alexandre Gouveia, também cliente de José Augusto. As equipes continuam em diligências para localizar os suspeitos, cujos nomes não foram informados.
A assessoria da Polícia Federal em Dourados informou hoje (24) que todos os envolvidos presos no sábado foram transferidos da delegacia da PF na cidade, onde as prisões tinham sido concentradas.
Após a audiência de custódia na Justiça Federal, encerrada na noite de sábado, os policiais presos – seis PRFs lotados em Bataguassu, dois policiais militares (dois já estavam presos) e dois agentes da Polícia Civil – foram levados para Campo Grande, entre eles o cabo da PM Joacir Ratier de Souza, 44, lotado no 3º Batalhão em Dourados.
A operação – Os quatro líderes presos no sábado já tinham sido alvos da Operação Marco 334, em 2011. Na época, o grupo conseguiu fugiu para o Paraguai, mas continuou atuando, segundo a PF. Em julho deste ano, o crime foi prescrito e eles voltaram a dar as caras publicamente. O casamento de Alemão foi oportunidade única para prendê-los, também destacou a polícia.
O defensor de Alemão, Carlos Gouveia e Valdenir ressalta que antes dos crimes dos quais os clientes foram acusados após a Operação Marco 334, as penas haviam sido reduzidas. “A prescrição das penas aconteceu diante da redução sensível da pena, porque houve um equívoco nos julgamentos e o erro foi corrigido no STJ (Superior Tribunal de Justiça)”, afirmou.
Conforme a investigação, o esquema em mercadorias contrabandeadas causou prejuízo de R$ 1,5 bilhão para os cofres públicos. Estima-se que no ano passado os envolvidos tenham sido responsáveis pelo encaminhamento de ao menos 1.200 carretas carregadas com cigarros contrabandeados às regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.
A operação contou com cerca de 280 policiais federais e rodoviários federais para o cumprimento de 35 mandados de prisão preventiva, 8 de prisão temporária e 43 de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Alagoas.
Matéria alterada às 11h57 para correção de informação.